E a Grécia como vai?
(Carlos José Marques - Isto é Dinheiro)
Pior impossível. O pacote de austeridade e cortes propostos pelo governo, foi um presente de grego a população.
O aumento da carga fiscal, significa que os gregos pagarão um mês a mais de seu salário em impostos. Cento e cinqüenta mil trabalhadores públicos serão demitidos. Os benefícios da previdência reduzidos. As aposentadorias terão um novo patamar de idade mínima. Os salários serão reduzidos em média quinze por cento. A maioria das estatais será vendida. Isso deverá durar anos, até 2015, conforme estimativas mais conservadoras. Esse desfecho ocorre devido a décadas de indisciplina fiscal e a ausência de uma política sustentável de desenvolvimento industrial que minaram a economia interna. O mundo acompanha com temor o desdobramento da crise. O plano de injeção de 120 bilhões de euros pela banca internacional, é uma medida de desespero para evitar o pior. Faz pouco tempo um programa de110 bilhões foi desenhado e não deu certo. Amedrontados com um calote da dívida passada, a Comunidade Européia articula o novo pacote de ajuda. Mas segundo a opinião geral é que a moratória (prorrogação concedida pelo credor), virá de uma forma ou de outra. Pode ser uma renegociação, como o Brasil, ou na ruptura pura e simples, como a Argentina. Nesse caso será um segundo cavalo de Tróia atacando a zona do euro e o restante da economia globalizada. Este evento, de um país que gastou mais do que podia, muda o eixo da economia global. Países como Brasil, China e Índia – a trinca de ouro dos emergentes – podem até sair ganhando com a migração de investimentos do Velho Continente, para praças mais seguras, que vem apresentando números brilhantes de crescimento.
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