A Comédia Romana
(Pierre Grimal)
Plauto (obra escrita entre 211-184 a.C.) – compilação das suas tragédias compreende 20 títulos: Asinaria (A Comédia dos Burros), Mercator (O Mercador), Rudens, O Anfitrião, Os Menecmos, O Soldado Fanfarrão, Suchus, O Persa, Epídico (Epidicus), A Comédia de Marmita (Aulularia), A Comédia do Fantasma (Mostellaria), O Gorgulho (Curculio), Pseudolo (Pseudolus), Os Cativos (Captivi), As Báquides, Truculentus, O Cartaginês, As três moedas (Trinummus), Cásina, O Cesto.São comédias de reconhecimento – embora imitem modelos gregos, pertencendo à comédia nova, pode-se considerar que Plauto escolheu estes temas por serem de interesse para os Romanos e para atingir os seus contemporâneos. Contrariamente ao realismo dos modelos gregos, na obra de Plauto o essencial é a representação. Por vezes nota-se uma certa incoerência sequencial nas suas peças (transformações na intriga, supressão de cenas, alteração de entradas e saídas, tudo para prolongar cenas que se prestam a danças e a declarações líricas). Na tragédia romana o espectáculo é contínuo pois suprimiu-se o coro. A obrigação de adaptar tragédias gregas limitava a liberdade de expressão nas obras de Plauto. A influência de Aristóteles acaba por ser dominante devido aos valores humanos de justiça, beleza, amizade e outras virtudes consideradas pela cultura helénica. Terêncio (obra escrita entre 166-159 a.C.) – o seu teatro revela maior influência dos modelos gregos e da fabula palliata. A obra de Terêncio resulta de uma compilação de elementos provenientes de comédias originais e que possibilitava a criação de novos caracteres. Seis peças: Ândria, Hécira (A Sogra), O Homem que se castiga a si mesmo, O Eunuco, Formião, Os Adelfos (Os Irmãos).Inovações nas comédias de Terâncio: «cenas de exposição» que suprimem o prólogo e originam mais tarde a estrutura dramática moderna; ilusão substitui a «comunhão da festa», torna os monólogos verosímeis e suprime quase totalmente os cantica de versos com vários ritmos.A sua obra retoma a moral das obras de Menandro e de outros poetas da comédia nova: permite aos jovens atenienses viverem uma vida equilibrada relativamente a intuições e exigências da idade. O seu teatro é uma reflecção ao momento de equilíbrio na evolução espiritual de Roma.
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