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São Bernardo
(Graciliano Ramos)

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São Bernardo (Graciliano Ramos)





Paulo
Honório foi um menino órfão criado pela negra doceira, Margarida. Para
sobreviver guiou cegos, vendeu cocadas e trabalhou duro no sertão. Na
adolescência foi preso por três anos por esfaquear João Fagundes, segundo o
qual tinha se envolvido com Germana, a primeira mulher de Paulo Honório. Nesses
três anos ele aprendeu a ler e a escrever com o sapateiro Joaquim. Depois sai
da cadeia e empresta a juros cem mil-réis do agiota Pereira, passando a
negociar gado, vender redes, etc. Após fazer algumas economias, volta para sua
terra com Cassimiro Lopes com o desejo de comprar a fazenda São Bernardo, onde
foi trabalhador alugado. Para realizar seu desejo ele faz uma falsa amizade com
Luiz Padilha, o herdeiro de São Bernardo. Após incentivar e financiar projetos
errados para Padilha, Paulo Honório com promissórias vencidas compra São
Bernardo por um valor mínimo. Dono da fazenda, Paulo Honório transforma as
terras abandonadas de São Bernardo e com intuito de expandir suas terras manda
matar seu vizinho de cerca, Mendonça. Consegue empréstimos em bancos,
investindo em máquinas, na plantação de algodão, mamona e fruticultura.
Torna-se cada vez mais bruto e insensível, trabalhando num ritmo exaustivo.
Conta com o apoio do Padre Silvestre, do jornalista Gondim e do advogado
Nogueira. Este ajuda em trapaças e manipulações e Paulo Honório ainda contrata
Sr. Ribeiro para a contabilidade. São Bernardo se desenvolve rapidamente e
Paulo Honório constrói uma escola para alfabetizar a população e
principalmente, para agradar o governador de Alagoas. Para este fim contrata
Padilha como professor. Também manda buscar Margarida, acolhendo-a na fazenda.
Após ver a prosperidade da fazenda Paulo Honório se decide casar, pois viu
necessário ter um herdeiro para a fazenda. Passou então a analisar mulheres que
por ali viviam e não se agradou por nenhuma. Então quando vai a casa de Juiz
Magalhães discutir política, conhece uma professora primaria que lhe agrada,
chamada Madalena. Impressionado com a moça decide se casar. Com a mesma frieza
que lida com seus negócios Paulo Honório convence Madalena a se casar. Ela se
muda juntamente com sua tia Glória para a fazenda. Oito dias após o casamento,
Paulo Honório percebe que a rotina se altera com a presença de Madalena. Esta
vendo as precariedades na parte pedagógica e sobre as injustiças cometidas com
os empregados, exige a compra de materiais pedagógicos e acode as dificuldades
de alguns empregados. Paulo Honório se vê incomodado com as atitudes de Madalena
e começam as brigas entre o casal. As brigas são tantas que Paulo Honório
começa a imaginar que Madalena não esteja sendo fiel e cada vez é mais injusto
com ela. Certo dia Paulo Honório encontra Madalena escrevendo uma carta e exige que ela lha de. Então Madalena rasga a
carta e o acusa de assassino. Ele, achando que Padilha tinha contado do
assassinato de Mendonça para Madalena, vai à casa de Padilha com intenção de o
expulsar. No entanto Padilha jura fidelidade e fala que era a população que
informava Madalena do acontecido. As exigências à Madalena são tantas que ela
se suicida. Após a morte de Madalena começa a revolução de 30. Padilha une-se
ao grupo revolucionário, Dr. Magalhães é afastado do cargo e Paulo Honório fica
abandonado. Com isto, em uma profunda solidão Paulo Honório senta-se na sala
com Cassimiro Lopes e o cachorro tubarão por perto. Ele relembra o passado,
vendo sua própria desumanização, percebendo que não somente se tornou rude e
cruel, assim como destruiu a vida de pessoas e suas relações. Paulo Honório
procurando algum sentido para viver reflete sobre recordações e escreve sua
narrativa.



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