A Casa Dos Budas Ditosos
(João Ubaldo Ribeiro)
Luxúria A luxúria pertence a um dos 7 pecados capitais, o delicioso pecado da carne, do desejo, do gozo. de dois ou mais corpos, independente do sexo, se entregando ao puro tesão.O sexo não tem idade, credo, etnia ou razão. Ele é a selvageria, é o cheiro, o suor, sem nenhum pudor. E, agora, luxúria também é livro, aliás, já faz um bom tempo. Ninguém quando passa na rua e vê aquela fileira de gente velha alimentando os pombos no parque, ou lendo o jornal, pensa que eles já podem ter feito várias putarias. Até que quando é homem, vá lá, mas uma mulher? Uma mãe?? Aquela senhorinha que faz tricô? Então, o que esperar de um livro no qual o narrador é uma mulher, de quase 70 anos, baiana e que a qualquer momento pode morrer por causa de um aneurisma? Sua vida é transcrita por João Ubaldo Ribeiro através de fitas cassetes contendo seu depoimento. Não espere receitas a lá Vó Benta ou de acarajé baiano. Bom, talvez o apimentado dele. A escritora Virgínia Wolf nos lembra, ?sempre dentro de nós a um demônio que sussurra em nossos ouvidos- ? detesto, gosto??.E, é isso que essa baiana nos trará com seu depoimento,nossos demônios. Eu, particularmente desejo ser meu único demônio, enquanto os outros se permitem ser endemoniados. Vivendo no inferno dos outros Não os culpo, sei bem o que é isso. É hipnotizante , reconheço também, a facilidade do inferno alheio O livre arbítrio de se poder ir quando se deseja, afinal o surto não é seu mesmo. É mais fácil do que reconhecer-se como o próprio demônio, do que viver seu inferno pessoal. - Comentários à parte, voltando ao texto- Nossos demônios nesse livro virão do nosso preconceito, do machismo ? principalmente das mulheres, notei que elas são as piores, algumas porque aceitam caladas, outras porque repassam aos seus filhos - e a nossa hipocrisia. Em seu depoimento, momentos como: ?já estou cansada de não dizer o que me vem à cabeça? traz uma sensação que deve ser uma merda quem se reprime. Ou ?a imbecilidade humana não tem limites?, apenas mais uma comprovação. ?Sou um grande homem fêmea?, não devem existir diferenças. ?O homem é muito ingrato para com seus benfeitores?, um ensinamento. ?Não suporto velho, velho mesmo, metido a alegre, velhice é uma desgraça, não traz nada que preste?. Tenho pavor de não saber envelhecer. ? O próprio machismo se voltou contra os machões, tornou o homem prisioneiro dele mesmo?, para toda ação sempre há uma reação. De todos os trechos que tirei do texto de João Ubaldo, vi que fui uma prisioneira do meu machismo, que por mais que as pessoas discordem de mim, nem sempre falei o que pensava. Refleti sobre o meu medo em não saber envelhecer , e que, deve ser bom pra caralho, chegar aos 70 anos como nossa protagonista, tendo dado para Deus e o mundo e ainda posar de velhinha inocente. Ler uma obra é sem dúvida aprender aquilo que não foi escrito, mas está subentendido. A CASA DOS BUDAS DITOSOS é um prato quente e toca em pontos como envelhecer, que não são difíceis apenas para uma jovem, isso é complicado em uma sociedade que exalta o novo, a juventude, a pele esticadinha para todos.Ubaldo tem como propósito nesse livro, estremecer o leitor com a verdade que não é somente da narradora ? o seu desejo - e nem do autor. É de todo ser humano, porque sexo é mmmuuuiiiitttttooooo bom !!!!
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