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Ciência e Religião
(Dennys Robson Girardi)

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Duas realidades são colocadas diante do homem. De um
lado, está a religião que faz com que o homem tenha uma base para se constituir
no mundo, conferindo a ele a esperança de viver, a crença em algo maior e a
segurança de uma vida futura. De outro lado, irrompe a ciência que apresenta ao
homem a realidade do mundo enquanto visível e sensível.

Por muitos séculos sustentou-se uma infindável
discussão entre a ciência e a religião, onde a religião se identificava com a
fé e a ciência com a razão. Até João Paulo II se colocou a pensar sobre a
questão, desta reflexão surgiu o texto “fides et ratio” , que teve como
objetivo apresentar a necessidade de um meio termo entre as duas realidades.

Cada uma destas realidades tem uma forte tendência
de mostrar-se como soberana. A ciência faz de tudo para mostrar que a religião
está errada e é incompleta e a religião usa inúmeros argumentos para dizer que
a ciência é inútil. Algumas vezes travam uma contenda desnecessária, onde cada
uma reivindica seu poder e autoridade sobre a outra.

Contudo ambas se constituem como realidades
completamente distintas, mas não opostas. Nada mais são que faces de uma mesma
realidade. Deste modo, toda essa discussão serve somente para que uma auxilie
na purificação da outra. Na medida em que a ciência apresenta os pontos falhos
da religião, esta se vê na obrigação de dar uma resposta cabível e cada vez
mais depurada às questões da fé. É evidente a existência de religiões
fundamentalistas que não têm a coragem de se dispor aos questionamentos da ciência,
são religiões incoerentes e estão fora da dinâmica da vida, pois criam um mundo
paralelo e totalmente supersticioso.

A verdadeira religião tem a coragem de se colocar
numa discussão com a ciência, neste embate as duas se completam e se purificam.
A religião sabe-se inócua sem a razão e a ciência tem consciência de sua
finitude. A ciência sabe que pode ir somente até um determinado ponto, que,
além disso, não há uma explicação racional aceitável, assim cala-se e deixa que
a religião responda às últimas questões.

Albert
Einstein, um dos maiores cientistas dos últimos tempos, conhecido mundialmente
pela teoria da relatividade que proporcionou a grande revolução da física,
escreveu em um de seus textos: “Esta situação pode ser expressa por uma imagem:
a ciência sem religião e aleijada, a religião sem ciência e cega.”



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