galactosemia, doença genetica
(andreia_vb)
Certas anomalias podem originar-se após alterações do material genético do indivíduo. Ou seja, visto que o material genético não é estático pode dar-se uma mudança na sequência das bases azotadas das moléculas de DNA,conduzindo à mudança das proteínas fabricadas. Setais proteínas estão implicadas em funções específicas e fundamentais no organismo, a sua versão mutadapode, então, originar uma doença. Mutações, latim mutare = mudar, são alterações bruscas do material genético e os indivíduos que as experimentam denominam-se por mutantes. Contudo, nem sempre as mutações têm efeitos drásticos epodem contribuir para a evolução do organismo.
Uma mutação génica é aquela em que passa a existir uma nova forma do antigo gene.
Existem diferentes agentes mutagénicos: raios-X, raios gama, radiação ultravioleta, calor, substâncias químicas (corantes alimentares, componentes do fumo do cigarro). Mas , também, com alterações do ambiente certos factores aumentam consideravelmente conduzindo a mutações e ao aumento da sua frequência. A Galactosemia é uma doença genética metabólica rara, resultante de alterações estruturais dos genes. Devido à deficiência das enzimas que estão encarregues do metabolismo da galactose, impossibilitam que ela seja transformada em glicose.
»__?__« GALACTOSEMIA
Segundo estudos realizados desde os finais dos anos 70, conclui-se que uma criança em cada 5 a 7 mil nascidos vivos tem alguma forma de galactosemia, ou seja, nasce sem a enzima necessária à degradação da galactose, logo, os genes do DNA transcritos não codificam os aminoácidos necessários à produção da enzima. Contudo, estima-se que 1 em 40 pessoas seja detentora do gene defeituoso, sendo possível passá-lo para os descendentes. Mas, afinal, qual o problema com este açúcar simples resultante, p.e., da digestão do leite?
O dissacarídio Lactose, através da hidrólise provocada pela enzima lactase, é decomposto nos seus dois monossacarídios (a glicose e a galactose), quebrando a sua ligação ?-glicosídica. O monossacarídio galactose é convertido em glicose, após catálises enzimáticas. A este processo se designa por metabolismo da lactose e quando não ocorre a conversão da galactose em glicose é quando surgem os problemas. O metabolismo resulta de uma sequência de reacções químicas, em que cada etapa é catalizada por uma enzima específica, codificada por um ou mais genes. As mutações génicas podem provocar a síntese de enzimas parcial ou totalmente inactivas ou, ainda, podem provocar a inexistência da enzima. Esta deficiência concreta no metabolismo é provocada pela deficiência em 3 enzimas que deveriam, no estado normal, degradar a galactose: Galactoquinase, Galactose-1-P uridil transferase e Uridina-difosfogalactose epimerase. Esta não conversão de galactose em glicose pode levar a uma outra reacção: conversão da galactose em galactitol (poliálcool extremamente tóxico) ou galactonato (susbtância tóxica).
Tanto existem tipos da doença benignos assintomáticos, como malignos com diversos sintomas. A galactosemia Duarte e a variante da raça negra são alguns exemplos dos benignos. As variante maligna está dividida em diferentes tipos (1, 2 ou 3) e que se classificam segundo a enzima implicada.
A doença é detectada ao nascimento (ou mesmo antes), mas nos recém-nascidos manifesta-se quando se introduz a galactose na alimentação (via leite, queijos e derivados) e os pacientes reagem, usualmente, com vómitos, perda de apetite, aumento do fígado, pigmentação amarelada da criança, tecidos inflamados e retenção de água. Através de análises, é possível observar quantidades de aminoácidos e de proteínas excessivas na urina. Quando um açucar redutor não reage no sistema, é possível encontrar glicose oxidose na urina e, logo, isso pode ser um sinal da doença. Mesmo assim, outros açúcares além da galactose podem produzir a mesma reacção. Num organismo no estado normal, sem a doença, é possível encontrar a enzima Galactose-1-P uridil transferase nas células hépaticas (do figado), nos leucócitos e nos eritrócitos; aquando da galactosemia, verifica-se a ausência da enzima nas mesmas células.
Felizmente, o diagnóstico pré-natal pode ser realizado através da amniocentese, utilizando uma cultura de fibroblastos existentes no líquido amniótico. Mesmo assim, após a nascença, deve-se fazer a triagem neonatal, ou o «teste do pezinho» como é conhecido. Na triagem neo-natal, é retirada uma gota de sangue à nascença com uma agulha na região do calcanhar e, esse sangue, é colocado sobre um papel de filtro que é analisado à posteriori. Após análise, é possível verificar a existência de doenças metabólicas como por exemplo a fenilcetonúria e a galactosemia.
O tratamento resume-se a uma dieta sem galactose ou lactose, desde que a doença é detectada, acompanhada de um monitoramento constante do nível da galactose existente no organismo. Em alguns casos, nos mais graves, é necessário um acompanhamento médico multidisciplinar, que pode envolver a pediatria, a oftalmologia, a endocrinologia (referente às hormonas e às glândulas endócrinas), a neurologia, a fonoaudiologia ou a génetica, de forma a diminuir os efeitos da doença. Não obstante, existem algumas discordâncias quanto às dietas aplicadas aos doentes, como noutras diferentes doenças. Mesmo assim, a falta de ingestão da galactose não provoca maiores problemas na composição das várias estruturas celulares porque existe um mecanismo metabólico que converte a glicose em galactose.
Nos casos de não ser iniciado o tratamento a tempo ou não for feito o diagnostico acertado, o paciente pode apresentar diversos sintomas : cataratas ou outros problemas oculares, falhas renais, danos cerebrais, deficiências de aprendizagem e no sistema reprodutor feminino (a nível dos ovários), galactosuria e hepatomegalia. Os pacientes afectados por esta doença apresentam, muitas vezes, estatura baixa, atraso mental com dificuldade na fala e cataratas, em crianças. Como consequência extrema, resultante dos casos mais graves e severos, não podemos esquecer a morte do paciente!
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