Há Te
(Gilberto Costa)
HÁ TE Há inalienável jactar A postular este sofrido coração Que inere à luxúria dos teus beijos, Degringola-se como anfitrião Há instantes instáveis Momentos insanos quando te quis Corações pérfidos, Almas tristes, Olhos em orvalhos, Íris irônica. E ainda assim quiçá! Faça-me feliz Desdenhastes de outros E entre outros, enamorada; enumerastes. E a mim, a que viestes? Amar-me? Burilar-me? Ou senão apenas Encantar-me com teus encantos E tantos entre tantos? Há muito te descobri Mas só te cobrindo Perguntei a te? Por que agora Só somente agora Adoras-me, na marra e na tora. Atormenta-me e me devoras. Mas dou-te o meu Sal Pelo verso e reverso te faço pecar, Pecamos sem pensar. Ai de te, ai de mim. Que Jesus neste enlace não veja assim Mas endosse com doce, A revolta dos contra te, Dos contra mim Lembro-me da tua chegada Explodindo saudades Saciando vontades Fazendo-me sonhar! E no sonho, sonhava! O reboliço que à cidade causavas, Vendo-te passar, no teu passear! Acoito a consciência Instigo a minha memória Para no teu silêncio entender E linear a tua história E assim tento te alcançar Acompanhar-te em tua sina, Ontem viçosa moça, Porque hoje menina? E tenho que gritar E grito! Para te fazer ouvir O som do que é amar! Mas o som é o detalhe No qual atalho teu tom Para com o meu detalhe Detalhar-te E detalhadamente vou detalhando-te Me ensinas, e eu vou te ensinando, Este detalhe nosso, que sempre que posso, Emposso-te, Rainha do mar. Contigo muito aprendi, Mas pouco sei de te, Em gestos sinto tua alegria, Sem som ouço a tua tristeza, Imposta pela natureza, Mas que compensa com teu olhar! Hora te vejo feliz Hora te faço ficar Vivendo o insano momento Que nos fez sonhar Acolho a tua fúria Sem culpar o teu ciúme Que ofusca o lume Que te fez amar! Há felina Alcunha que te dediquei Completarei teu dia Com a noite que faltei Saciar-te é um raro prazer Ainda assimMeu preferido dever...
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