Tarot: as cartas da realeza (1)
(Lucie Wands)
As Cartas da Realeza são figuras de 16 tipos de personalidades diferentes. Você poderá perguntar por que 16 tipos em vez de 10 ou 20, ou qualquer outro número? Por que especificamente 16? Parece que, os criadores do Tarô, uma vez mais, quem quer que tenham sido, sabiam exatamente o que estavam fazendo. Entre 1913 e 1917, C.G. Jung escreveu o agora famoso livro, Tipos psi­cológicos,cuja primeira publicação ocorreu em 1923. Nesse livro, Jung descreve oito tipos de personalidades diferentes. Mais tarde, Katharine Briggs e Isabel Myers ampliaram a teoria original dos oito tipos de personalidade de Jung para dezesseis. Briggs e Myers planejaram um teste, ou indicador de tipo, agora chamado de Indicador de Tipo Myers-Briggs (ITMB), que é tão fantastica­mente preciso que hoje é considerado por muitos como o instru­mento mais exato disponível para verificar o tipo de personalida­de, e é usado em empresas, universidades e centros de consulta em todo mundo. O ITMB baseia-se em dezesseis tipos de personali­dade de acordo com as quatro funções junguianas: sensação, emo­ção, pensamento e intuição,e são esses dezesseis tipos de persona­lidade arquétipa que as Cartas da Realeza representam. Embora, tanto quanto sabemos, Jung e Myers-Briggs não estivessem de forma alguma ligados à Ordem Hermética da Aurora Dourada, que no começo do século XX também descreveu as dezesseis
3. Keith Thompson, Anjos e extraterrestres.
Cartas da Realeza, as descrições da Aurora Dourada correspon­dem, com uma precisão sobrenatural, às personalidades estabele­cidas pelo ITMB.
Os Arcanos Maiores são arquétipos invisíveis e universais, às vezes chamados de Arcanjos, Anjos, Espíritos, Eus Superiores, Guias Internos, ou superconsciente. As cartas Menores mostram como os Arcanos Maiores se apresentam nos eventos e situações arquetípicas individuais ou em questões que acontecem na Terra. E as Cartas da Realeza indicam o comportamento e a personali­dade arquetípicos.
Perceber que o Tarô é a representação de 78 arquétipos não nos esclarece, no entanto, a respeito do que constitui precisamente um arquétipo. Os psicólogos, esotéricos e teólogos falam sobre arquétipos sem fornecer-nos definições claras. Os arquétipos formam a espinha dorsal da psicologia moderna. Eles são as imagens de onde derivam os anjos e demônios de todas as religiões. Os heróis e vilões dos contos de fadas, mitos, romances modernos e dos filmes, o mocinho com o chapéu branco e o malvado com o preto, o corcel confiável do primeiro e a heroína desprotegida a espera do resgate são todos arquétipos. Os arquétipos são pintados nos muros das catedrais e nos templos sagrados, e as corporações inconscientemente estruturam sua hierarquia nessas ima­gens. Elas aparecem nos trabalhos de Leonardo da Vinci, Miche­langelo, Salvador Dali e todos os artistas e músicos de todos os lugares. Os arquétipos formam a base de todos os livros escritos, todos os filmes filmados e todas as canções cantadas. Os arquéti­pos são encontrados ao nosso redor em todas as formas e movi-mentos.
Para descrever o que os arquétipos são na verdade, talvez seja útil examinar algumas das várias formas em que os diferentes estudiosos têm tentado defini-los todos esses anos. Começando nos primórdios da sabedoria popular antiga, Hermes Thoth Tris­megisto, o famoso sábio-mágico-estudioso do Egito, definiu os arquétipos de maneira bastante parecida à do primeiro livro do Gênesis da Bíblia. Sobre os arquétipos, Hermes escreveu:
Antes do universo visível ser formado, seu molde foi feito. Esse molde foi chamado de Arquétipo,e esse Arquétipo se encontrava na Mente Suprema muito antes do processo de criação começar. Con-
templando os Arquétipos, a Mente Suprema se apaixonou pelos próprios pensamentos; portanto, tornando a Palavra como um martelo poderoso, ela escavou cavernas no espaço primordial e moldou a forma das esferas no molde Arquetípico, semeando ao mesmo tempo, nos corpos recém-modelados, as sementes das coi­sas vivas. A escuridão abaixo, ao receber o martelo da Palavra, foi modelada em um universo ordenado. Os elementos se separaram em camadas e cada um produziu novas criaturas vivas. O Ser Supremo — A Mente — masculina e feminina — produziu a Palavra. Dessa forma foi realizado, 6 Hermes: A Palavra que se move como um sopro pelo espaço chamou o Fogo devido ao atrito causado por seu movimento...4
Por mais bela e poética que essa descrição seja, quando pre­tendemos explicar o que constitui de fato um arquétipo, ela pode ainda deixar alguns de nós sentindo como se nossos indicadores estivessem abaixo do nível normal. Portanto, examinemos uma definição mais contemporânea, uma que talvez esteja mais sinto­nizada com nossa forma moderna de pensar.
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