Warne Marsh - Live at Dana Point
(John Lester)
Depois do frenesi gerado por Zecalouro e sua incrível seleção de MPB (para quem ainda não visitou, recomendo Loronix, o blog do papagaio mais antenado da net), aqui estamos novamente face a face com as mazelas do jazz. Nesse seu mundo estranho e não tão iluminado por pandeiros quanto nossa MPB, o jazz por vezes nos apresenta figuras estranhíssimas. Uma delas, talvez a mais estranha que já ouvi assoprando algo, é Warne Marsh, o saxofonista que produz algodão doce cinza com seu sopro. A princípio você pensa que o cidadão não sabe tocar o horn. Ou que aquele sopro, digamos, terrivelmente desortodoxo, provém de falta de estudo ou prática do instrumento. Mas depois... Depois, quando o susto passa e você experimenta um naco do algodão, percebe que Warne é apenas profundamente original, inteligente e sensível. Quem sabe até você passe a gostar tanto de Warne quanto eu e, consequentemente, nunca mais conseguirá ouvir Kenny G e suas maçãs perfeitamente carameladas. Acima, à direita, no Gramophone By John Lester, deixo as faixas Dahoud e Love Is Here To Stay, gravadas ao vivo em Dana Point, em 1957. No piano está um dos melhores pianistas do jazz: Joe Albany (p).
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