A bela Pax Julia dos romanos
(Guerra; Antonio)
EM MEADOS DO SEC XX, era esta a descrição então feita a Beja:
“Vista de fora, a cidade já nos mostra o arbitrário e confuso emaranhado de moradias, a linha tortuosa das antigas vielas. A quem a percorre atentamente, não passarão desapercebidas as muitas heranças das gentes que sucessivamente a prearam, ou pacificamente a houveram de seus maiores. Do seu passado falam expressivamente as pedras, cuja memória é mais duradoura que a dos homens..”
Cidade portuguesa. Se de distrito e de bispado, ergue-se no ponto culminante do planalto que separa as bacias hidrográficas do sado e do guadiana.
Em 48 a.C, Caio Julio César, fez a paz com os lusitanos e deu-lhe o nome de Pax Julia. Com a queda do império romano e a ocupação pelos muçulmanos, o antigo nome foi alterado para Baju, Baja e finalmente Beja. Esteve em poder dos mouros, a quem foi conquistada em 1162, e recebeu foral em 1254 por Dom Afonso III. Dom Dinis mandou construir a esplêndida torre de menagem no castelo, que é, ainda agora, o mais notável da cidade, e voltou a conceder foral aos moradores em 1291. foi elevada a cidade em 1517.
Beja está localizada numa fértil região agrícola onde proliferam culturas de quase todo o tipo, tanto de sequeiro como de regadio. A viticultura, arboricultura e pecuária encontram condições propícias ao seu desenvolvimento.
O que classifica a cidade como um pólo de autêntico desenvolvimento são as tradicionais indústrias como a olaria e a extração de mármore, bem como as novas unidades metalomecânicas.
Beja merece ser incluída num programa de peregrinações turísticas. Apesar de as ruas terem perdido quase todo o seu primitivo aspecto, encontramos nos sítios do esquível e do ulmo os palácio com os seus brasões, as janelas quinhentistas e as rótulas de gelosias evocam a lembrança da vetusta cidade que foi assento de príncipes, cunhou moeda, teve dentro dos muros o mais rico convento de alentejo, e viu passar nas suas calçadas as cavalgadas de ilustre gente.
Por toda a cidade são ainda vulgares os arcozinhos de ogiva e as janelas de ferros ondulados, não deixando de ser também pitoresco o uso que se mantém de inscrever os números das portas em pequenas molduras de azulejo.
No itinerário turístico convém integrar uma visita às vilas romanas da quinta da suratesta, conhecida desde o século XVII, classificada como monumento nacional e de pisões, que conserva ainda um admirável hipocausto, termas e quatro dezenas de divisões de casa familiar, revestidas com tapetes de tesselas policromas.
Tudo isto e muito mais o peregrino descobrirá, e dará à cidade de Beja, seguramente, uma fisionomia “com graça insinuante e persuasiva”.
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