Organizações Internacionais - Introdução às RI (Parte I)
(Herz; Mônica; Hoffmann; Andréa Ribeiro.)
Introdução
A disciplina de Relações Internacionais surge, como objeto de estudo específico, logo após a Primeira Guerra Mundial. Os debates teóricos acompanharam a nova disciplina desde o início, destacando-se os primeiros entraves teóricos entre idealistas e realistas. Seguindo nesse sentido, pode-se observar que as percepções quanto ao meio internacional são variadas e isso ocorre desde o surgimento da disciplina.
No que se refere às contribuições de tais teorias para as Relações Internacionais, Mônica Herz afirma que:
“As diferentes perspectivas teóricas buscam, entre outros objetivos, explicar a cooperação e o conflito entre os principais atores do sistema internacional, a produção de mecanismos de estabilização do mesmo e as formas como esse sistema político é governado, na ausência de aparato estatal central (p.42)”.
Subseqüentemente serão analisadas as percepções de alguns grupos teóricos das relações internacionais no tocante as instituições internacionais.
História da Área
Sabendo que o sistema internacional é um meio anárquico, e que de algum modo ele se rege, há uma crescente de estudos referentes aos atores que participam desse processo, principalmente a partir das décadas de 30 e 40. Assim, Herz descreve a situação exposta:
“[...] o primeiro debate entre liberais e realistas ocorreu nos anos 30 e 40, em que se estabeleceu um contraste entre o balanço de poder, o direito internacional e as organizações internacionais como formas de gerar ordem no sistema internacional [...] (p.43)”.
Nessa busca incessante por meios que amenizassem a anarquia internacional, principalmente no que se refere à manutenção da paz, Mônica Herz explica que foram apresentadas “[...] propostas do presidente norte-americano Woodrow Wilson e dos movimentos pacifistas, para que o direito internacional, a arbitragem internacional ou uma organização internacional evitassem conflitos armados [...] (p.43)”. Tal fato ocorreu no pós Primeira Guerra Mundial.
Já no final da Segunda Guerra Mundial criam-se novas expectativas em relação às organizações internacionais com a criação da Organização das Nações Unidas. Porém, na metade do século XX, prevalece à teoria realista. Esta minimiza o papel das Oigs e em decorrência disso há um atraso no desenvolvimento de estudos referentes a essa área.
Nas décadas de 60 e 70, as pesquisas sobre as OIGs passam a ter focos específicos, mais precisamente preocupando-se em saber quais setores as organizações internacionais poderiam auxiliar com eficiência na resolução de problemas. Além disso, a autora aponta alguns problemas que as OIGs poderiam tentar solucionar e estes são: “[...] paz e segurança, segurança nuclear, assistência ao processo de descolonização e ajuda ao desenvolvimento (p.45)”. Herz também afirma que “nos anos 70, também há o enfoque no papel das organizações internacionais na reestruturação das relações norte-sul ou na administração do ambiente”.
Ainda na década de 1970, estudos de Robert Cox e Harold K. Jacobson expunham a abrangência das OIGs, onde, segundo a autora, “pela primeira vez, relações transgovernamentais são consideradas, ou seja, coalizões envolvendo partes de governos e partes das organizações internacionais (p.45)”.
Resumos Relacionados
- Organizações Internacionais – Histórias E Práticas (liberalismo)
- Organizações Internacionais – Histórias E Práticas (marxismo)
- Organizações Internacionais – Histórias E Práticas (construtivismo)
- Organizações Internacionais – Histórias E Práticas (análise Teórica)
- Relações Internacionais
|
|