O Colapso Da Democracia
(Robert Moss)
No prólogo para os brasileiros, do livro O colapso da democracia, Robert Moss sustenta a tese de Ortega y Gasset que afirma que o oproblema central numa sociedade política, seja ela qual for, está em saber quem deve mandar. O autor lembra que a questão envolve exigências morais, bastante fortes.
Indaga, querendo saber quem nos assegura de estamos escolhendo os melhores líderes. Diz: esse é um problema ainda não resolvido. Nenhum sistema de governo conhecido até agora soluciona essa questão. Moss faz uma ressalva de que nos regimes teocráticos ou sustentados pela religião, regimes do passado, os homens puderam convencer os demais de que os dirigentes eram os eleitos de Deus.
Ortega apimenta o pensamento quando levanta a hipótese de que o sistema democrático não oferece resposta cabal para o problema de quem deve mandar. Se ele pesquisasse, hoje, países como o Brasil, aumentaria ainda mais essa desconfiança.
O sistema deveria garantir a formação de governos qualificados. Os governos poderiam refletir a escolha dos melhores homens, entre os cidadãos de um país, para evitar o escárnio do sistema que lhes dá a chance de poder. Hitler, diz Moss, assumiu o poder através do sistema democrático. Assim como Allende.A principal argumentação do livro, relevante para sociedades onde a democracia ainda não aprofundou suas raízes, é de que as instituições democráticas só são representativas e viáveis naquelas sociedades em que já exista um consenso básico a respeito das metas e dos limites do poder e onde seja aceito, em particular, que existem valores e liberdades que estão acima da política, de tal maneira que nenhum líder político se pode arrogar o direito de tratar o seu país com carta branca, uma carta em que ele pode escrever o que lhe apetecer, conforme declarou Edmund Burke.
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