Existentialism and Humanism(parte 1)
(Jean-Paul Sartre)
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um Humanismo. Tradução e notas de Vergílio Ferreira. 3. ed. São Paulo. Abril S. A. Cultura e Indústria. 1973. XLV. Paginas 9-38. (Os pensadores).
Críticas feitas ao existencialismo.
Defender o existencialismo de um certo número de críticas que tem recebido.
Por parte dos comunistas.
Criticara por ser uma filosofia contemplativa, que reconduz a uma filosofia burguesa, já que a contemplação é um luxo.
Pó parte dos marxistas.
Por acentuar a ignomínia humana, por mostrar em tudo o sórdido, o equívoco, o viscoso. O desinteresse pelos homens, ao admitir que o homem pode viver sozinho.
Por parte dos católicos.
Por negar a realidade e o lado sério dos empreendimentos humanos, já que, se suprimindo os mandamentos de Deus e os valores inscritos na eternidade só resta a estrita gratuidade, podendo assim cada qual fazer aquilo que lhe apraz.
Resposta às críticas.
Por que o existencialismo é um humanismo?
Entende-se por existencialismo uma doutrina que torna a vida humana possível e que, por outro lado, declara que toda a verdade e toda a ação implicam um meio e uma subjetividade humana.
Pessimismo e existencialismo.
Acentuação do lado mau da vida humana.
Naturalismo e existencialismo.
Alia-se a fealdade ao existencialismo; não se deve lutar contra a força, não se deve empreender nada além dos limites.
A sabedoria das nações.
Para saber é necessário rever num plano estritamente filosófico.
A moda existencialista.
O termo vulgarizou-se tomando amplitude e extensão, no entanto não significa absolutamente nada em comparação ao termo original.
Duas escolas existencialistas.
Cristãos;
Ateus;
Ambos admitem que há uma existência que procede a essência.
Visão técnica do mundo.
A produção precede a existência (funcionalismo)
homem e deus para os filósofos do século XVII.
Deus é visto como um artífice superior, sendo aquele que quando cria sabe perfeitamente o quê cria. Assim, o conceito do homem, no espírito de Deus é assimilável ao conceito de "corta-papel", no espírito do industrial.
A natureza humana nos filósofos do século XVIII.
No século XVII, para o ateímos dos filósofos, suprime se a noção de Deus, mas não a idéia de ateísmo dos filósofos; supri-se a noção de Deus, mas não a idéia de que a essência procede à existência.
Existencialismo ateu.
Deus não existe, mas há pelo menos um ser no qual a existência procede a essência, um ser que exista antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou a realidade humana.
Concepção existencialista do homem.
Não há natureza humana, visto que não há Deus para concebê-la.
homem é o que ele próprio faz.
O homem é como ele se concebe depois da existência.
projeto.
O homem é o que se lança para um futuro sendo um projeto que se vive subjetivamente.
homem é plenamente responsável
O primeiro esforço do existencialismo é de pôr todo o homem e no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. .
A escolha/ O homem escolhe-se ao escolher todos os homens.
O ato individual envolve toda a humanidade. Escolher ser isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos.
A angústia/ A angústia e a má-fé/ Kierkegaard e a angústia.
o homem ligado por um compromisso e que se dá conta de que não é apenas aquele que escolhe ser, mas de que é também um legislador pronto a escolher, ao mesmo tempo a si próprio, a humanidade inteira, não poderia escapar ao sentimento da sua total e profunda responsabilidade. Muitos não vivem em ansiedade, decerto disfarçam a sua angústia, que a evitam. Quem mente e se desculpa declarando: nem toda gente faz assim, e alguém que não está a vontade com a sua consciência, porque o fato de mentir implica um valor universal atribuído a mentira. Mesmo disfarçando, a angústia aparece.
E Kierkegaard chamava esta angústia de Abraão.
Abraão e o anjo.
O anjo ordena que a Abraão sacrifique seu filho. Foi realmente um anjo ou o subconsciente? Era realmente a Abraão? Quem pode provar que sou eu o indicado para impor a minha concepção de homem e a minha escolha a humanidade?
A angústia não conduz à inação.
Trata de uma angústia simples, e não duma que levaria ao quietismo, á inação, na qual todos que têm responsabilidade conhecem.
Angústia e responsabilidade.
É a angústia que descreve o existencialismo, explicando-se por uma responsabilidade direta frente aos outros homens envolvidos por ela.
A moral laica.
Querer suprir Deus com o menos dispêndio possível.
radicalismo.
Nada será alterado, ainda que Deus não exista.
Dostoievski e o existencialismo.
"Se Deus não existisse, tudo seria permitido" Ai situa o ponto de partida do existencialismo.
homem é liberdade.
Se a existência procede à essência, não será nunca possível referir uma explicação a uma natureza humana dada e imutável; por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade.
homem inventa o homem.
O homem sem qualquer apoio e sem qualquer auxílio, está condenado a cada instante a inventar homem.
Dois tipos de moral.
moral simpática?de dedicação individual;
moral mais larga?de eficácia mais discutível;
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