Aristóteles: a metafísica
(Elnora Gondim)
Aristóteles
Em linhas gerais, pode-se afirmar que o objetivo maior de Aristóteles é pôr as idéias de Platão nas coisas reais da experiência sensível. Neste sentido, vê-se que a substância aristotélica tem vários significados:
- é a unidade como estrutura para todas as qualidades das coisas; tudo o que se fala da substância é o que se pode chamar de essência;
- é o acidente, algo contrário a essência, porquanto esta é tudo o que pode-se predicar da substância e, se caso um desses predicados faltasse, a substância não seria o que ela é; o acidente convém a substância, embora à falta de um, não comprometeria o sentido do todo. Assim, a substância contém aspectos essenciais e acidentais.
Desta forma, existem as coisas individuais com suas determinadas características acidentais e essenciais e o ser é ser substância, onde dele se pode falar de muitas formas: ou como essência ou como acidente. A necessidade é relacionada à essência e o contingente é relacionado ao acidente.
A metafísica aristotélica trouxe para o mundo sensível à teoria platônica. Aristóteles vê no sensível o ponto de partida para o conhecimento.
Como os sentidos são insuficientes para todo o processo do conhecer, ele fala sobre a memória, isto é, a faculdade que o ser humano tem e que faz dele alguém capaz de reter os dados sensoriais. Partindo dos dados dos sentidos e da memória, tem-se a experiência. Logo após, vem a téchne, ou seja, conhecimento prático que envolve as regras do conhecer e produz resultados. A última etapa é a episteme; saber teórico. Este é contemplativo, abstrato, geral, verdadeiro, livre e não visa um fim determinado, onde a metafísica é sua forma mais elevada de expressão, sendo, portanto, denominada de filosofia primeira, onde ela examina o real em seu mais alto grau de abstração e pureza.
A metafísica de Aristóteles concebe o ente como um ser composto de matéria (hylé) e forma (eidos).
A matéria significa aquilo de que é feito algo. A forma é a figura dos corpos; aquilo que faz com que a coisa seja o que é; aquilo que fornece unidade a matéria. Ela se confunde com a essência da coisa; aquilo que a define, que dá sentido ou finalidade (telos- palavra grega que significa fim). Assim, não existem, para Aristóteles, idéias puras no mundo inteligível; a forma só há para a matéria e vice-versa. É pelo processo de abstração que se pode saber o que a coisa é, ou seja, só se forma tipos gerais em virtude da abstração das características particulares das coisas. Só se conhece o homem, porque esta idéia é algo comum a todos os homens. Então, as substâncias existem.
A gênese de tudo que é composto consiste em uma matéria informe com uma forma que a fornece unidade dando-lhe inteligibilidade. A matéria sempre objetiva voltar à sua forma original e desvencilhar-se da forma.
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