Amazônia: O maior bioma do mundo
(Herton Escobar - ''O Estado de São Paulo'')
Apesar de toda a sua grandeza, grande parte da Amazônia ainda não foi explorada pela ciência. Estima-se um total entre 1,4 milhão e 2,4 milhões de espécies não conhecidas. De todas as espécies da fauna e da flora existentes no mundo o Brasil abriga 13%, e a maioria delas se encontra na Amazônia. Só para ter uma idéia da dimensão da biodiversidade deste bioma, em apenas uma árvore da Amazônia foram encontradas 95 espécies de formigas, só 10 a menos do que existe em toda a Alemanha. Com relação aos anfíbios, foram catalogadas 250 espécies, na Europa toda são 81 espécies. Só de abelhas foram encontradas 3 mil; lagartas e borboletas somam 1.800 espécies. São conhecidas 1.200espécies de aves, sendo que só num raio de 150 Km de manaus são encontradas 800 delas. É espantoso, principalmente quando as estimativas científicas para a Amazônia são de apenas 10% de espécies conhecidas. Pesquisadores do Museu paraense Emilio Goeldi reclamam a falta de mais pesquisadores, já que nos últimos 6 anos foram descritas 70 novas espécies entre aranhas, vespas, macacos, peixes, cobras e plantas. Certamente, se houvesse mais pesquisadores, esse número seria bem maior. Ainda há muito a ser descoberto en território amazônico. No rio mais exporado da região, o Amazonas, foi identificado em 2005 uma espécie de Piraíba que pode chegar a mais de 20 metros. Isso sem contar a diversidade de peixes elétricos e outras espécies exóticas que vivem nas profundezas do rio. Uma constante ameaça a conservação da biodiversidade é a falta de informações sobre ela. Para o zoólogo da USP, Miguel Trefaut, é preciso entender as espécies que habitam um ecossistema para entendermos como ele funciona. Thomas Lewinsohn, pesquisador da Unicamp e coordenador do maior levantamento sobre biodiversidade no Brasil, acha que existe um grande 'buraco negro' de informação no país.
É praticamente impossível prever o número real de espécies, conhecidas ou não. O pesquisador acredita que, a continuar no atual ritmo de 700 novas espécies/ano, daqui a 1.200 anos é possível que toda a biodiversidade brasileira seja conhecida. Só na Amazônia, além das espécies raras, em sua maioria, algumas delas exigem condições ecológicas específicas. Há exemplos de espécies que habitam um único igarapé. O pesquisador do INPA, Mário Cohn-Haft, compara: em uma floresta temperada há 100 árvores por hectare, sendo todas da mesma espécie. Já na Amazônia, em um hectare se tem 100 árvores, porém são todas de espécies diferentes. Há espécies que ocorrem em toda a região amazônica, mas em poucas concentrações. Olhando de cima, a floresta amazônica parece uma massa arbórea toda igual. É por isso que não devemos subestimar os impactos causados à biodiversidade pelos desmatamentos. Muitas vezes, para algumas espécies, o impacto pode ser mortal!
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