Os CIENTISTAS - OSVALDO CRUZ
(Hernani Donato)
Osvaldo Cruz filho de médico, nasceu em São Luis do Paraitinga (SP) em 1872 e faleceu em Petrópolis em 1917. Quando foi estudar medicina no Rio de Janeiro tinha uma visão do mundo simples da roça, de trabalho, dedicação e senso de responsabilidade.Foi ele que teve por tarefa mudar a visão que o mundo tinha do Brasil nos fins do século XIX. A fama internacional era das piores: -"O Brasil é um vasto hospital..."- a febre amarela, a peste bubônica que se alastravam pelo porto do Rio de Janeiro e de Santos não poupava ninguém. Além destes dois importantes portos, Salvador e Recife sofriam os mesmos problemas. Abertos a todas as nações, recebiam embarcações com as doenças a bordo. Também eram reduto de pessoas que de outros pontos do país para lá se deslocavam por motivo de flagelos, politicos ou sociais, como por ex. o fim da escravidão no país.
A febre amarela e a peste bubônica persitiam no Brasil apesar da ciência já ter descoberto os meios de acabar com elas. Tanto que ao se formar, com 19 anos, Osvaldo Cruz recebeu grau de distinção com a tese: "A água como veículo de micróbios". O mundo científico de Paris já chegava em notícias à região sobre os estudos de Luis Pasteur. No mundo Acadêmico ele se interessou pela microbiologia, enquanto trabalhava no Instituto de Higiêne; mas o Instituto foi fechado e as pesquisas suspensas. Osvaldo Cruz não desistiu e começou a montar o seu laboratório para levar adiante as pesquisas. Sem recursos suficientes nem apoio, decidiu ir para Paris trabalhar no Instituto Pateur. Foi lá que desenvolveu todo seu estudo, voltando ao Brasil indicado pelo próprio Instituto quando o governo solicitou ajuda para combater as epidemias instaladas no Rio de Janeiro. É o ano de 1899 e o Brasil enfrentava um surto violento de peste negra matando centenas de pessoas.
Com apoio do Instituto Bacteorológico de São Paulo criado em 1892, e de vários cientistas como Le Dautec, Adolfo Lutz e Vital Brazil, Osvaldo Cruz teve uma infraestrutura para o combate das novas epidemias: febre amarela, febre tifóide, cólera-morbo, que se somavam às outras já exitentes. Santos, Rio de Janeiro eram pontos nevralgicos devido aos portos por onde entravam as doenças.
Mudanças politicas abriram perspectivas de mudança no quadro crítico. Rodrigo Alves assume a presidência, convoca sanitaristas que decretam guerra aos mosquitos. Modificar hábitos era difícil e a ironia popular faz pouco caso dos propósitos governamentais. Osvaldo Cruz toma a liderança e com seu "Aviso ao Povo"contendo o Código Sanitário a ser obedecido, calou a boca do povo, não sem antes enfrentar ironias e até revoltas. O governo lhe concedeu o apoio necessário dando início a um remodelado da cidade: aterros, novas avenidas, dinamitar pardieiros, etc. A luta foi vencida e novas frentes de trabalho surgiram no combate de outras doenças: - a tuberculose e a varíola. Osvaldo Cruz exige a vacinação antivariólica; surgem novas revoltas, arruaças do povo ignorante e de pessoas ligadas ao meio politico e adminstrativo querendo derrubar o governo. Nada impede que os trabalhos prossigam e os resultados aparecem em 1903/04 com a redução das mortes e extinção dos focos das doenças. Outros pontos do país também sofrem com a febre amarela e a malária - A construção da ferrovia Madeira-Mamoré era o novo campo de trabalho de Osvaldo Cruz. Lá foi ele sanear o sertão.
Recebeu homenagens na Casa Branca, garantindo ao presidente americano que os navios americanos podiam atracar no Rio de Janeiro a caminho do Japão; Recebeu em 1907 a Medalha de Ouro no Congresso Internacional de Higiêne e Demografia de Berlim; a Legião de Honra da França, etc.
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