Pecuaria principal causa de desmatamento
(luiz cesar)
Pecuária avança e é principal causa de desmatamento em Mato Grosso
A pecuária está avançando e se consolidando no bioma Amazônia do estado do Mato Grosso, de acordo com o relatório "O rastro da pecuária na Amazônia - Mato Grosso: o Estado da destruição", produzido pela ONG Greenpeace e lançado ontem (29) no Fórum Social Mundial em Belém.
O estudo mapeou a localização das áreas de pastagem e agricultura na região amazônica por meio de imagens de satélites no Mato Grosso, Estado que detém o segundo maior rebanho bovino do país e o recordista em desmatamento acumulado. O ponto de partida do Greenpeace foi um estudo, financiado pelo Banco Mundial e publicado em 2003, que apontou a relação direta entre desmatamento e pecuária.
Segundo a ONG, o desmatamento da Amazônia está relacionado à atividade econômica da região, e a tendência de queda ou de alta no desmatamento acompanha a variação dos preços de commodities internacionais, em especial a soja e a carne. O Greenpeace também aponta como vetores de ocupação da Amazônia a presença de estradas e de frigoríficos.
Ao analisar o caso específico do Estado do Mato Grosso, o relatório identifica quatro principais áreas de expansão e consolidação da pecuária na Amazônia. Destas, o Nortão, área formada pelos municípios de Juína, Juara, Apiacás e Colniza, representa a área de expansão do desmatamento mais recente, e o Extremo Sul da Amazônia representa as áreas de desmatamento mais antigas, com extensas pastagens de baixa densidade de animais. "É difícil acreditar que ali houve, um dia, floresta Amazônica", diz o relatório.
Outra área de expansão com desmatamento já consolidado é o eixo BR-163 - Alta Floresta, que já apresenta expansão da soja. "Nota-se, no entanto, acima da cidade de Sinop e sobretudo no eixo perpendicular à BR que se estende a Alta Floresta, a predominância da pecuária".
A área mais crítica é a nascente do rio Xingu, uma das áreas mais recentes de desmatamento. "A destruição das florestas no entorno das nascentes ameaça os mananciais do Xingu, bem como altera o equilíbrio ecológico que mantém a imensa biodiversidade e serve como base para o modo de vida de quase 6.000 índios de 14 etnias diferentes".
Mato Grosso
Após o lançamento do relatório, o governo do Mato Grosso questionou os dados do Greenpeace. O secretário de Estado de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan, disse no Fórum Social Mundial que o estudo se baseou em poucas imagens, e ressaltou que o desmatamento vem diminuindo no estado.
"Os dados oficiais mostram que o desmatamento caiu nos últimos anos e se manteve em queda de mais de 72% depois da posse do governador Blairo Maggi, em 2002", explicou Daldegan.
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