Beberei TODA A ÁGUA DO MAR - FÁBULAS
(ESOPO)
Esta fábula é referida na "biografia" do lendário contador de estórias. Xantos, dono do escravo Esopo, em um momento de bebedeira afirma que é capaz de beber toda a água do mar e os sofistas que discutem com ele fazem-no assinar dia e hora em que fará a prova. Ao despertar e em ressaca vê o papel e reclama do escravo: Como você me deixa fazer essa besteira? "Senhor, eu o poderia fazer se eu fosse o Senhor, mas não como humilde servo..." Então terás que livrar-me dessa encrenca e de modo que ninguém duvide de mim! Estarás lá em meu lugar nesse dia! "Tu o ordenas e eu obedeço.." O dia chegou. Os Sofistas e a chusma de curiosos que souberam e bisbilhotaram a bazófia, lá estavam à espera na praia. Chegou Esopo e os desafiantes perguntam: "Acaso alegarás que teu senhor está indisposto?" "Nem tanto...terei mesmo que dizer que está muito bem..." "E então, serás tu quem beberá a água por ele?" "Ele está tranquilo. Prometeu que beberia toda a água do mar, mas não a dos rios. Portanto ele aguarda respeitosamente que vossas senhorias fechem todos os rios que no mar desembocam para então cumprir o que prometeu." É claro que tal fábula tem todas as marcas de ser fato acontecido. Também entenderemos que não foi Xantos quem redigiu o relato. E nem escritores comuns que badalam os poderosos contariam tal desrespeito ao Senhor de Esopo. Logo é fábula que só Esopo poderia contar. Qual seria a moral da história? Alguns concluem - Todo sofisma tem uma saída, né? Outros fazem saber - As verdadeiras soluções geralmente saem de cabeças humildes. Terceiros redigem de outro modo - Não desfaça da capacidade de quem não ostenta títulos, nem acredite que fortuna e poder dão sabedoria a seus donos.
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