A polémica do "caim"
(José Saramago)
“A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele.” A frase escolhida para a lombada é bem elucidativa da temática do novo romance de José Saramago. Há quem diga que este é um livro agressivo, insultuoso, de ajuste de contas, etc. Eu realmente penso que este é um romance de opinião. E uma opinião bem pessoal, nada magoada, mas sim muito bem pensada, com grande maturidade de escrita (como sempre Saramago nos habituou).
Ora, tratando-se este livro de um romance histórico, ou uma espécie de, nem que seja de uma história simbólica, não nos podemos esquecer da veia ficcionista e um pouco moralizante de Saramago. Este é, por excelência um humanista, um homem que acredita nas capacidades do homem, daí Caim ter uma relação tão importante com deus. Assim, este livro, tratando de um tema bíblíco, deveria apresentar uma crença nas capacidades de Deus (não são assim os ensinamentos bíblicos?), mas isso não acontece. Deus engana-se, envergonha-se, maltrata, deus é, então, humano. Tão humano quanto Caim. Saramago acaba com a divinização de deus. Ou diviniza o homem, mais uma vez?
Se o homem consegue criar algo que acredita tão plenamente que o criou, então é capaz de criar qualquer coisa. Então o homem é Deus!!!
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