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Titanic - Parte 2
(Luciana Silveira)

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TITANIC - Parte 2

Continuação de Titnic - Parte 1
http://pt.shvoong.com/books/novel/1944919-titanic/

Então olho para as gotas da chuva
Que prendem minha atenção
Como um dia o seu amor
Também prendeu meu coração
Depois fui para o meu quarto
E peguei um pedaço de papel
Mas sem inspiração
Abri a janela e olhei pro céu
Estava ele tão negro, tão escuro
Como as profundezas do mar
Lembrei-me logo do meu sonho
E senti-me naufragar
Então eu percebi
Que era assim que me sentia
Sem ar, só água
E tudo aquilo me doía
Minha vida era um mar sombrio
E eu só queria não pensar
Sair daquele sonho tão ruim
Que só me fazia penar
O papel voou da cama
Onde eu tinha deixado
Com um vento que bateu
E me deixou arrepiada
O papel voou até meus pés
E eu estava com a caneta na mão
Sentei-me ali mesmo
E escrevi com o coração
Descrevi meu sonho todo
E no final acrescentei
Com palavras o que eu sentia
E assim eu terminei:
“Não importa se estou acordada
Tão pouco se estou dormindo
Pois uma mulher apaixonada
Só se lembra do que está sentindo
Mal amanheceu o dia
E seu rosto invadiu minha mente
Nem me deixou recuperar
Daquele sonho deprimente
Tanto faz se é noite
E tão pouco se é dia
Não tem diferença entre a lua e o sol
Mas tem entre a verdade e a mentira
A verdade é que te amo
E tenho medo de me entregar
Porque já quebrei a cara uma vez
Por alguém que jurou me amar
Então, aí foi ela!
Será que corro o risco de te perder
Igual a um barco à vela
Que a tempestade não pode vencer?
Então, acho que isso é um adeus
E para essa pergunta não quero resposta
Porque depois será mais difícil
Tirar este peso das minhas costas...”
Terminei minha carta com reticência
Pois muito mais queria falar
Mas se continuasse eu o diria
O que o coração afirma e a cabeça quer negar
Só sei que nos braços dele
Um dia fiquei perdida
Mas era sempre neles onde me achava
Porque ele é a minha vida
Mais uma vez o toc-toc
Veio-me tirar dos pensamentos
E ao abrir aquela porta
Ouvi gritar meus sentimentos
Era ele quem estava ali
Tão sério e tão triste
Tive ímpeto de me atirar aos braços dele
Mas com força de vontade, me contive
Entrou e não disse nada
E deixou-se cair no sofá
Eu fechei a porta
E ainda não conseguia acreditar
Então uma coisa não saía da minha mente
Tinha largado a carta no sofá
Era certo que ele não havia visto
Mas em algum momento iria notar
Meus olhos em direção a ela
Foi tão óbvio, eu já sei
Ele notou logo
Então eu me precipitei
Corri para pegar o papel
Mas ele o agarrou primeiro
E o leu sem me olhar
E eu voltei ao pesadelo
Imaginei o Titanic
E me lembrei da carta que ele me escreveu
E ao voltar a mim
Vi que ele estava como eu
Os dois ali perdidos
E ele a mim se adiantou
Beijou-me de uma forma
Que o ar a mim faltou
A cada segundo que passava
O beijo era mais feroz
Ele me largou derrepente
E o papel caiu entre nós
Ambos nós nos abaixamos
E ele pegou na minha mão
E com sua outra mão ele pegou
A carta que caíra no chão
Depois a guardou no bolso
E seus olhos estavam cheios se lágrimas
E disse para mim baixinho
Usando estas palavras:
O que você achou do nosso beijo
E da grande falta de ar?
Pois saiba que é assim que me sinto
Quando penso que vai me deixar
Meus olhos estavam nos dele
E nossos lábios de igual para igual
Atirei-me nos braços dele
E do coração tirei um punhal
Ele me beijou outra vez
O melhor dos beijos que já me deu
E disse que me amava
E que seu coração era só meu
Depois disso outro beijo
Nos meus lábios ele deu
E em resposta eu lhe disse
Que meu coração também era seu.



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