Sputnik, Meu Amor
(Haruki Murakami)
O livro desenrola-se essencialmente em torno de 3 personagens. Por um lado, temos Sumire, uma jovem que aspira a ser escritora e se apaixona loucamente por uma mulher mais velha - Miu. Por outro lado, temos um narrador sem nome - a terceira personagem - professor referido apenas como K e apaixonado por Sumire. Forma-se assim o triângulo que serve de base para a narrativa.
Este é o primeiro romance no qual o autor explora a fundo o tema do lesbianismo. Contudo, este não é o tema principal do livro. Não se trata de um "tratado feminista", nem de reivindicar direitos iguais ou de afirmar diferenças. Trata-se de ilustrar o amor em todas as suas vertentes - sejam elas hetero ou homosexuais. Trata-se de mostrar a expontaneidade emocional de um amor na juventude (interpretado por Sumire) e a contenção do amor na idade adulta (visível na personagem de Miu e no próprio narrador).
Tal como em muitos dos contos de Murakami, também aqui encontramos temas como a solidão e alienação do mundo, a dificuldade da busca da felicidade e da realização dos sonhos, a vida na imensidão de uma sociedade conformista. As personagens interligam-se numa teia de sentimentos não correspondidos e o isolamento parece ser a única saída possível, o isolamento e a escrita. As palavras parecem ser o único suporte para Sumire, a sua bengala, um refúgio.
Mais do que uma história de amor, Sputnik, Meu Amor é uma metáfora para a própria vida e para como procuramos constantemente dar sentido à nossa existência. Talvez por isso muitos dos elementos do enredo permaneçam por resolver, pois nem sempre é possível ter resposta para as nossas questões.
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