BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Adaptação recíproca na adoção
(Vários)

Publicidade
O tempo de espera decorrente do processo de adopção, acrescido das eventuais constantes mudanças, concorre, muitas vezes, para o desequilíbrio emocional da criança e do jovem, podendo originar sequelas aos níveis cognitivo (défice intelectual, défice na linguagem, baixo rendimento académico ou profissional, entre outros), emocional (baixa auto-estima, sensações de medo, angústia e raiva, aversões/fobias, entre outros) e comportamental (dificuldades de relacionamento interpessoal, agressividade, dificuldades na percepção e aceitação das normas morais e sociais, sentimentos de culpabilidade, entre outros). A este último nível, poder-se-á referir que “muitas crianças adoptadas assumem a responsabilidade e a culpabilidade do seu abandono” ( Berger, 1998, p. 49 ), pelo que, muitas vezes, se isolam. A idade em que a criança é adoptada poderá influenciar a integração e desenvolvimento na família adoptiva.
Características dos pais como a idade, a segurança financeira ou a capacidade de resiliência contribuem para que os pais ultrapassem as suas dificuldades e ajudem os filhos neste sentido, sendo de extrema importância a criação de laços afectivos, o que pode comportar mais ou menos dificuldade segundo a história da criança. No entanto é “no exercício da relação parental que se criam as condições para que as relações maternas e paternas se desenvolvam e intensifiquem” (idem, p. 507).
Segundo Brodzinsky (1990, citado por Relvas & Alarcão, 2002, p. 131 ) “Independentemente da idade da criança, a revelação representa, para os pais, um desafio cujo resultado poderá significar o sucesso ou insucesso da família”. Será de realçar que, família natural e adoptiva continuam presentes na vida de cada um dos seus membros (Relvas & Alarcão, 2002). É de realçar o papel que o momento da revelação tem no desenrolar do processo da adopção. A revelação consiste no acto de revelar à criança que ela é adoptada.
É indicado que os pais adoptivos revelem à criança os aspectos relacionados com a sua origem. Nesta óptica, muitos autores são peremptórios ao reforçar a necessidade de contar a verdade à criança adoptada, podendo inclusivamente recorrer ao uso de eufemismos, para que a criança compreenda as circunstâncias inerentes à sua adopção: “pode (...) dizer-se a uma criança adoptada que a mãe biológica não se sentia capaz de cuidar dela quando nasceu e que optou então por um acto de amor ao confiá-la a uma família disposta a acolhê-la e a fazê-la feliz” (Berger, 1998, p. 15).
Deverão ser os pais a falar com a criança de uma forma calma e franca sobre a sua situação de adoptada, respondendo às suas dúvidas e angústias e compreendendo, quando for o caso, a necessidade da criança conhecer as suas origens ( Salvaterra e Veríssimo, 2008 ).
A idade mais propícia para a revelação deverá ser a partir dos três anos, “ (...) pois quanto mais nova for a criança, maiores são as probabilidades de reagir positivamente à informação” ( Relvas et al., 2002, p. 131). Contudo, se o menor já foi adoptado com uma idade superior a dez anos, “as famílias têm que lidar com o problema de outra forma, ou seja, ajudar o adoptado a desenvolver o sentimento de pertença e os vínculos afectivos com a nova família” (idem), de modo a colmatar os sentimentos de desconfiança e baixa auto-estima manifestados pelo adoptando.
Em relação aos adolescentes institucionalizados, Diniz (2003, p. 25 ) refere que “no momento presente, em grande número de casos de adolescentes, já não existe possibilidade de adopção sem graves riscos, mesmo que se encontrasse uma família que aceitasse a experiência”.
A fase da adolescência deverá requerer especial atenção, fase caracterizada pela necessidade de criar o seu espaço, ter a sua autonomia, ainda que esta não seja sinónimo de perda (Relvas & Alarcão, 2002, p. 141).Bibliografia
· Berger, Maurice (1998), A criança e o sofrimento da separação. Lisboa: CLIMEPSI Editores.
· Diniz, J.S. (2003). A adopção como problema e como resposta. Cidade solidária, 10 (VI), 20-26.
· Relvas, A. P., & Alarcão, M. (2002). Novas formas de família (pp. 121-180). Coimbra: Quarteto Editora.
· Oliveira, T. (2003). As “florinhas da rua”. Cidade solidária, 10 (VI), 8-13.
· Salvaterra, F., & Veríssimo, M. (2008). A adopção: o Direito e os afectos. Análise Psicológica, 3 (XXVI), 501-517.



Resumos Relacionados


- Adoção

- Acolhimento Familiar

- Adopção Por Homossexuais

- Família, Criança E Responsabilidade Civil

- Adoção - Aspetos Jurídicos



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia