O Coelho Inocente e a Raposa Faminta
(Maria das Graças Roubaud)
O
COELHO INDEFESO E A RAPOSA FAMINTA (31º lugar concurso letrinhas
brasileiras)
Um
pequeno coelho saltitava pela floresta, sozinho a cantar,
quando
dona raposa, num só pulo, tentou o coelhinho abocanhar,
mas
numa armadilha a raposa prendeu uma de suas patas
e
assustada começou a chorar:
-
buá... buá...buá...
O
bondoso e inocente coelho parou de cantarolar,
e,
por não conhecer a fama da raposa, correu para ajudar.
Dando
um jeitinho aqui e outro ali sussurrava baixinho:
-
Não chore alto! O caçador pode escutar.
Conseguindo
da armadilha a raposa livrar,
foi
logo pedindo para de esconde-esconde brincar,
e,
como era um coelho muito novinho,
correu
para trás de uma árvore e começou a contar:
-
um, dois, três e já!
A
raposa não gostou nada da idéia e ficou a zombar:
-
Coelhinho tonto! Nem sabe de três passar.
E,
sendo raposa esperta, avisou ao coelho que só ia brincar
se
ele até dez aprendesse a contar.
E
assim a raposa, que estava faminta,
com
muita pressa começou a ensinar
-
Repita muitas e muitas vezes para gravar:
um,
dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez e já!
A
raposa, que só passava por ali para caçar,
não
esperava um só pequeno coelho encontrar,
mas,
como fome de raposa não dá para esperar,
aproveitou
a inocência do coelhinho para petiscar.
O
coelhinho criança pôs-se a contar e contar,
e
a esperta raposa, que precisava disfarçar
para
numa só bocada o coelho devorar,
uma
boa música pôs-se a balbuciar:
-
“Meu bem, você me dá água na boca”
O
coelhinho nem conseguiu a cantoria da raposa escutar,
e
tão orgulhoso estava por aprender de tanto treinar,
que
nem esperou a raposa dar ordens para começar.
Correu
mais uma vez para trás da mesma árvore,
e
devagar começou a contar:
-
um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez e já!
Imaginando
que ao coelhinho ia devorar,
a
raposa começou a babar, babar e babar
e,
quando preparou o pulo para o coelho agarrar,
escorregou
na própria baba e novamente pôs-se a chorar:
-
bua... buá... buá...
O
barulho acordou o caçador, que correu para aquele lugar.
Com
a espingarda deu um tiro: Pá!
A
raposa ferida fugiu pro mato.
O
coelho, assustado, deu um grande salto.
E
até hoje não se sabe contar
se
a raposa conseguiu do caçador se livrar.
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