Calcinhas cartesianas
(Amauri Nolasco Sanches Junior)
Li
em algum lugar que escreveram uma carta para uma atriz – que namora
um jogador de futebol – que ela estaria muito exposta e que isso
não é saudável para uma mulher como ela, que hoje, até quando ela
vai transar todos já sabem graças a mídia do espetáculo. Eu disse a
uma amiga na semana passada que o erro da humanidade era ter levado o
cartesianismo a serio, tenho certeza que nem mesmo o próprio Descartes, o levou ao extremo. É a mania de sistematizar
pensamentos e teorias que nem mesmo o próprio autor, sabe se aquilo
ou não é verdade. Ou você é escuro ou você é claro, não
criamos igual os orientais o tom acinzentado, nem muito no mar, nem
muito a terra. Não me interessa a cor da calcinha da atriz porque
acho que cada um com sua mulher, mas se ela quer expor é uma escolha
dela e não dos que defende uma mulher estereotipada que se expõem demais é “puta” e se não é “chata”.
Existe
duas frases me veio antes de escrever esse texto, uma é de Luce
Irigaray
que diz “A mulher não tem sexo” e a outra é da Simone de
Beauvoir que diz “NINGUÉM nasce mulher: torna-se mulher.”.
A primeira frase mostra um viés lacaniano onde Lacan diz que a
mulher não existe porque é uma condição cultural, ela não tem
sexo porque é uma imposição cultural a mulher ser feminina, a
mulher ser recatada, a mulher ser o que a moral impositora quer que
ela seja. Dai entra o que a carta diz o quanto a atriz é exposta,
porque ela tem que ser a imagem da mulher recatada para uns, a mulher
pós-moderna para outros, mas que ela não se define quando é apenas
um objeto de uso do imaginário. Na verdade, continuamos machistas,
continuamos a querer a mulher como objeto de nossas fantasias mais
secretas, mas seria como se diz o ditado popular: “Olha com os
olhos, lambe com a testa”.
Homens
e mulheres só são seres humanos.
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