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Sagarana - Minha Genmte [5º Conto]
(João Guimarães Rosa)

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Caminham juntos, pelo sertão de Minas, a cavalo, o narrador, Santana e
José Malvino. O narrador é um observador apaixonado das coisas do sertão: a
paisagem, o céu, os pássaros, as árvores... Tudo para ele merece elogios e
observações. A viagem chega ao fim: estão agora numa fazenda.

Dois dias na fazenda, e o narrador achava tudo mudado. Mas mudança de verdade
notara no Tio Emílio: rejuvenescido, transfigurado. Logo, o narrador descobriu
o porquê da mudança: Tio Emílio estava metido na política. Sempre atendendo aos
pedidos do povo, a qualquer hora, mesmo à noite.

A prima Maria Irma, em conversa com o narrador, fez questão de informar que
estava quase noiva. O narrador quis saber de quem, mas ela fez mistério.

Bento Porfírio, enquanto pesca com o narrador, vai-lhe contando uma história.
Agripino, bom parente, convidou Bento para ir ao arraial. Queria apresentá-lo à
sua filha de - Lourdes: quem sabe os dois podiam casar. Mas Bento não foi.
Preferiu uma pescaria misturada com farra, com mulher-da-vida e sanfona pelo
meio. Tempos depois, "quando Bento Porfírio veio a conhecer a prima de -
Lourdes, ela já estava casada com o Alexandre". Os primos foram-se vendo e
gostando um do outro. Por pirraça e por falta do que fazer, Bento casou-se com
Bilica.

O narrador ficou na varanda até anoitecer. A prima Irma mudou de modos e, na
hora do jantar, sorriu diferente para o narrador. Ele ficou desconfiado.
"Mulher bonita, mesmo sendo prima, é uma ameaça". E o narrador lembra
bem o conselho de Tertuliano Tropeiro: "Seu doutor, a gente não deve de
ficar adiante de boi, nem atrás de burro, nem perto de mulher! Nunca que dá certo..."
Noite sem estrelas, noite de roça. O narrador foi dormir.

O narrador foi novamente pescar no poço com Bento Porfírio. Depois de algum
tempo, a história do adultério continuou. O marido da prima, o Alexandre, não
sabe que está sendo enganado. De repente, o marido traí????È?o surgiu de trás
de uma moita, foice na mão, e matou Bento com um só golpe. O corpo caiu no
poço, e o narrador, apavorado, não sabia o que fazer. O assassino foi embora, o
narrador correu para casa e contou ao Tio Emílio o ocorrido. As ordens foram
dadas: tirar o morto do poço, avisar o subdelegado e ir atrás do assassino. Não
para matá-lo, mas para protegê-lo das autoridades.

Os dias vão passando, e o narrador começa a gostar da prima Maria Irma. Por que
não namorá-la? Um rapaz da cidade veio visitá-la e trazer-lhe livros. Ela se
enfeitou toda para o receber. Por que não estava toda enfeitada na chegada do
primo? À noite, o narrador fica sabendo que o rapaz se chama Ramiro e que é
namorado da Armanda, uma amiga de Maria Irma, filha da fazendeira do Cedro.

O narrador não se conteve e fez uma declaração de amor à prima. Ela ouviu e,
depois, disse que não acreditava. Ele tentou convencê-la usando argumentos
infantis. Em vão.

Depois de uma conversa séria com a prima e de obter dele somente negativas, o
narrador ameaçou ir embora. Ela insistiu que ele ficasse: queria apresentar-lhe
Armanda, a namorada de Ramiro. Ele, teimoso, partiu no outro dia. Iria para
Três Barras, onde mora o seu tio Luduvico.

Em Três Barras, o narrador não conseguia esquecer Maria Irma. Depois das
eleições, com vitória do partido de Tio Emílio, o narrador recebeu carta: ele,
o tio, queria-o de volta. O narrador ficou muito alegre e nem esperou o outro
dia para voltar.

De volta, o narrador foi apresentado a Armanda. Foram passear a pé pelos
pastos. Dali, do primeiro passeio, já nasceu o namoro. Em pouco tempo, o
noivado e, no mês de maio, o casamento, ainda antes do matrimônio da prima
Maria Irma com Ramiro Gouveia.



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