A Relíquia
(Eça de Queirós)
A relíquia se inicia com uma apresentação na qual o narrador e personagem central da história, Teodorico Raposo, busca explicar ao leitor o que o levou a compor as memórias de sua vida. Ele afirma, primeiramente, que a principal justificativa está no fato de tanto ele como seu cunhado, Crispim, acreditarem que suas memórias encerram -;uma lição lúcida e forte, sendo merecedoras, portanto, da imortalidade que a literatura propicia.
A narrativa se centrará numa viagem feita por Teodorico ao Egito e à Palestina, logo após uma decepção amorosa, viagem esta que promoveu significativas mudanças em seus bens e em sua moral. Não querendo dar ao seu relato uma forma de -;guia de viagem, ele contará, -;com sobriedade e com sinceridade, os casos que provocaram as mudanças em sua vida.
Contudo, há um outro objetivo para a escrita de suas memórias: promover uma correção na livro que seu douto amigo, Topsius, companheiro naquela viagem, escrevera sobre Jerusalém. Nesta obra, - Jerusalém passeada e comentada, Topsius afirma que Teodorico levava dentro de dois embrulhos de papel que o acompanharam na viagem -; restos de seus antepassados. Preocupado com o que a Burguesia Liberal pensará dele, já que só através dela se conseguem -; as coisas boas da vida, Teodorico deseja não só corrigir a obra do amigo, mas também esclarecer seus concidadãos do conteúdo dos dois pacotes.
Ainda que a narrativa se centre na viagem à Terra Santa, Teodorico escreve suas memórias relatando-nos toda a sua vida, desde a história do encontro de seus pais, até o momento da decisão de transformar suas experiências de vida em literatura.
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