O Estrangeiro
(Ivone Santos)
O Estrangeiro, de Albert Camus, é uma dos poucos motivos porque eu quis aprender uma língua estrangeira. Entrarei no enredo daqui a pouco, mas primeiro, ahhh, as imagens, o poder do mundo EM que o protagonista do romance, Mersault, vive. Não importa se são as feridas abertas no repugnante cachorro do vizinho, ou se é o poder dos raios do sol no momento principal da história, Camus nos leva cada momento ao sabor de sua pena. Eu imagino o quão mais poderosa e assombrosa a paisagem onírica de seu romance seria se eu conhecesse as sutilezas de seu francês nativo. Situado na Argélia dos anos 1940, O Estrangeiro parece ser algo cansativo ao abordar a morte da mãe de Mersault, um fato que não parece incomodá-lo. Logo em seguida, porém, Mersault se envolve em uma caminhada genial e alucinante pela praia, escrita com toda a maestria de um autor que mais tarde seria agraciado com o Nobel de Literatura. No fim dessa caminhada, Mersault alveja e mata um árabe deitado na praia. (pista: ouça "Killing an Arab", de The Cure). Ainda desligado do que fez, Mersault observa enquanto o tribunal, sua amante e todo o mundo oscila em choque. O julgamento se volta estranhamente para a questão do funeral de sua mãe, como se, incapaz de entender o assassinato inconsciente (causado pelo sol, segundo Mersault), o mundo procurasse alguma explicação em sua relação fracassada com sua velha mãezinha. Não me aprofundei a ponto de captar o que Camus queria dizer com tudo isso. Ele era um existencialista de primeira linha. Mas reconheço uma escrita soberba quando leio, e é isso o que acontece. Amando-a ou odiando-a, você deve admirá-la. Adquira já este livro.
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