O Tribunal de Osiris e nossos Corações
(Giuliano Pereira D'Abronzo)
Dentre as inúmeras e riquíssimas histórias em simbologia da mitologia egípcia, existe uma, retratada num papiro, que representa um julgamento; o julgamento daquele que morreu e deseja seguir seu caminho rumo à eternidade. Essa mitologia é conhecida como “O Tribunal de Osiris” e consiste, basicamente, na comparação entre o peso do coração de quem morreu e uma pluma.
Caso os pesos da balança se equilibrem ou penda para o lado da pluma, significa que a pessoa é pura em seu coração, não cometeu erros capazes de afastá-la do caminho da eternidade e, por conseqüência, está apta para a vida eterna.
Por outro lado, se a balança pender para o lado do coração, significa que a pessoa não agiu com respeito aos seus semelhantes, procurou apenas conseguir vantagens para si própria e, por isso, não pode seguir no caminho da eternidade.
Cumpre observar neste julgamento que o Juiz é um deus da mitologia egípcia, Osiris, e, como todos os deuses, seu julgamento é infalível.
Apesar de toda a alegoria contida nesta história mitológica, podemos ainda assim extrair importante colocação para nossas vidas.
O que realmente fazemos de nossas vidas? Como temos agido? Será que agimos com respeito a nossos semelhantes e a nós mesmos, de forma a deixar nossos corações leves como uma pluma?
Realmente esta é uma pergunta que um dia todos nós faremos. Alguns, fazem quando já não há mais tempo nesta manifestação tridimensional; já outros a procuram por longos caminhos e demandam grande tempo, mas acabam encontrando. E, no final, percebem que é necessário fazer algo. Algo por nossos semelhantes, algo por nossa sociedade, algo por nós mesmos. Surge, pois o dever de agir pautados no respeito a tudo e a todos, princípio que norteiam o coração leve.
Se nos pautarmos em princípios que enobrecem o ser humano, tomando atitudes que demonstram o respeito assumido perante o tudo e perante o todo, notamos que nosso sentimento, nossa vida se torna realmente mais leve, nosso sono é mais tranqüilo, nosso coração parece realmente mais pausado e leve. Parece até que a mitologia egípcia adquire conotações físicas.
O Julgamento de Osiris serve, pois, para que passemos a ter mais consciência de nossa função. Nossas ações se refletem por toda nossa vida e fica claro que cabe a cada um assumir a responsabilidade de seus atos, consciente agora de que o “peso” de nossos corações é o reflexo de tudo o que fizemos.
Estamos nós cuidando do nosso coração?
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