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A união do corpo com a alma - Capítulo 6: Gaston Bachelard
(Pablo Silva Machado Bispo dos Santos)

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No penúltimo capítulo desta seleta de filósofos que trataram a questão da união do corpo com a alma, irei abordar o pensamento de Gaston Bachelard. Este é um filósofo tão desconhecido quanto importante para o progresso do conhecimento humano. Sua epistemologia, sua posição a respeito da psicanálise e suas idéias sobre a fenomenologia o colocam sem a menor sombra de dúvida ocmo um dos maiores pensadores do século 20 (tão pobre em termos de filosofia). Em outros textos de minha autoria (três deles presentes no shvoong) abordo vários aspectos da obra deste insígne filósofo, e recomendo a leitura de tais textos àqueles que tiverem maior interesse na obra bachelardiana. No presente resumo vou apresentar a questão da junção corpo e alma como visto neste filósofo. Vamos então a este tema.
Para Bachelard, alma e corpo obedecem a um ritmo de interação chamado dialética da duração. Neste ritmo, as percepções do corpo e as percepções do espírito se alternam e se sobrepõe, sendo reorganizadas pelas funções superiores da consciência (razão, sensibilidade estética, percepção fenomenológica). Para Bachelard, há uma absoluta complementaridade entre alma e corpo. Assim sendo, pensar alma e corpo como unidades separadas constitui uma mutilação do objeto (o homem) que deve ser percebido em sua totalidade. Em suma, para Bachelard, somente podemos falar em alma tendo em vista o fato de que ela só se constitui enquanto alma no contato e na interação com o corpo, estando separada deste é impossível dimensionar a sua influência no mundo material e a sua abrangência em termos de alcance e capacidade de provocar fenômenos em planos mais abstratos.
A posição bachelardiana a respeito deste tema aproxima-se em muito da esposada pela filosofia Rosacruz, na medida em que propõe que a alma é a resultante da interação do espírito (imaterial) com o corpo (material), resultante esta que se reveste então de uma natureza semi-material, e que uma vez gerada só existe enquanto o indivíduo está vivo.
No próximo artigo defenderei minha posição própria acerca da junção da alma com o corpo, objetivando oferecer a todos os interessados, um conhecimento que é patrimônio cultural da humanidade, e que deve ser colocado à disposição de todos os que assim desejarem.



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