CÉLULAS-TRONCO CONTRA DIABETE TIPO 1
(Júlio César Voltarelli)
Pesquisadores brasileiros conseguiram deter a diabete tipo 1 em humanos com o uso de células-tronco, conseguindo liberar os pacientes das doses diárias de insulina. O grupo liderado por Júlio César Voltarelli, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, trabalhou com células-tronco (CTs) extraídas do sangue dos próprios pacientes. Pessoas com essa doença, conhecida como diabete infantil, são prejudicadas pelo seu próprio sistema imunológico, que ataca as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina.Inicialmente voluntários receberam, por cerca de uma semana, doses altas de remédios que suprimem o funcionamento do sistema imune, de modo a bloquear a destruição das células beta. Em seguida os pesquisadores reintroduziram as CTs nos pacientes e observaram que as mesmas se diferenciaram em células do sistema imune saudáveis, que não mais atacavam o pâncreas. Isso permitiu que as células beta voltassem a crescer e a exercer seu papel de produtoras de insulina. O estudo da USP, que teve o apoio de pesquisadores americanos, contou com 15 voluntários entre 12 e 30 anos. Em um deles a terapia não funcionou, mas os outros 14 experimentaram uma liberdade de insulina externa que variou entre 1 mês e até 35 meses durante o acompanhamento feito pelos cientistas após o transplante de células-tronco. Voltarelli disse que os resultados foram encorajadores, mas ainda não tem certeza por quanto tempo a independência da insulina dura nem se a terapia terá que ser refeita depois. O trabalho foi publicado na revista médica americana JAMA, de hoje (11/4/2207).
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