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A Amarga Herança De Léo
(Isabel Vieira)

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a infância e adolescência Flora e Léo viveram um relacionamento que era considerado
uma verdadeira 'parceria cósmica'. Mas o tempo passou e Léo se envolveu com drogas
e foi embora para Londres. Quando retornou, a transa trouxe o medo da AIDS.
Após a morte de Leo, aos 21 anos, Flora – única amiga que sabe que
ele foi vítima de Aids – reconstitui a história de sua turma, tentando
descobrir como e quando Leo foi contaminado. O final da obra em aberto
evoca algo mais trágico: quais entre eles, inclusive a própria Flora,
correm o risco de também ser portadores do vírus HIV? O texto conduz à discussão das relações amorosas e do uso de drogas numa época em que amor e morte andam perigosamente próximos.
Novela lírica, sincera e realista sobre as aflições que os jovens de hoje têm de
ter a respeito de sua vida sexual. Palavras da autora, Isabel Vieira:História fictícia, para escrevê-la a autora leu e pesquisou por meses sobre o assunto. Segundo a autora, Amarga herança de Leo foi escrito na esperança de alertar os jovens para interromper a proliferação da AIDS.O
que Isabel Vieira tinha em mente ao criar Leo era fazer dele um garoto
tão interessante, bonito, inteligente e talentoso (“Um menino que tinha
jeito para tudo, podia fazer na vida o que quisesse”) que as meninas
pensassem: “Com ele eu transaria”. É aí que mora o perigo...O
livro não tem um final explícito. O final aberto é proposital. Nem eu
mesma sei se Flora foi ou não contaminada – espero, sinceramente, que
não. O que eu quis mostrar com a história é o RISCO. O risco que todo
mundo corre se bobear e acreditar que “o amor protege”. No caso da
Aids, não protege. Ao contrário, é uma armadilha. Hoje, transar sem
proteção é o que chamo de entrar numa “loteria às avessas”. Você tanto
pode sair ileso como morrer. Vale a pena correr o risco?É o
leitor que deve imaginar que rumo tomará a vida de Flora. O drama de
Flora é a dúvida. Ela nunca terá respostas para as atitudes de Leo,
pois Leo está morto. Flora só tem uma certeza: ela se expôs ao risco e
poderá pagar caro. Ao escrever o final do livro, Isabel teve a tentação
de incluir uma cena que traria alívio ao leitor e a ela: Flora
recebendo o resultado negativo do exame. Mas não fez isso. Seria
contribuir para difundir a idéia – que quis combater – de que... “Ufa!
Pus a mão no fogo, mas não foi desta vez que me queimei!” Essa postura
irresponsável é que faz se multiplicarem as contaminações por HIV.A
palavra Aids não aparece no texto. Mas fica claríssimo que é disso que
está se falando. Esse é um texto mais elaborado, que usa recursos de
literatura adulta. O jovem leitor que o compreender será capaz de ler
qualquer livro para adultos. Omiti-se a palavra Aids como forma de
trazer para a linguagem o tabu que ainda existe em torno da doença.
Muita gente a esconde ou evita chamá-la pelo nome



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