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Um Estudo em Vermelho
(Sir Arthur Conan Doyle)

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Quando o Dr. Watson conheceu Sherlock Holmes ficou tão impressionado com seu método de dedução que o comparou ao detetive francês Auguste Dupin, personagem de Edgar Allan Poe. Ofendido com a comparação Holmes respondeu dizendo ser Dupin um sujeito medíocre. Ironicamente foi Dupin quem inspirou a criação do principal personagem de Sir Arthur Conan Doyle.
A primeira aparição de Watson e Holmes nas páginas da Literatura policial se deu no romance Um Estudo em Vermelho, curiosamente é nessa obra que Holmes pronuncia a frase que ecoaria na eternidade literária: “Elementar, meu caro Watson!”. Em nenhuma outra história, das cento e vinte, Sherlock voltaria a falar a tal frase.
A verossimilhança do personagem é tão convincente que há quem acredite que ele de fato existiu. Na Inglaterra há até museu com pertences do mais famoso residente da Baker Street. Essa crença tem suas razões plausíveis do ponto de vista literário. Sherlock é o personagem mais vivaz da Literatura policial e um dos mais expressivos de toda a Literatura, tanto é que ofuscou o nome do seu próprio criador. Este, enciumado com a fama de seu personagem tentou limá-lo do universo literário, o que conseguiu foi inflar a ira dos fãs do detetive e encurralado teve de trazê-lo de volta.
O ponto forte da narrativa holmesiana consiste na capacidade intelectual desse brilhante detetive, na sua natureza arrogante e pragmática e em suas excentricidades que o tornam simpático à vista dos leitores. Interessante notar que em todas as histórias - contos e romances – a narração, à exemplo das aventuras do personagem de Poe, é feita sempre sob o prisma do personagem secundário, no caso de Conan Doyle é o dr. Watson quem narra estupefato as revelações dos mais intrigantes mistérios, impossíveis de serem desvendados por meros mortais. Mistérios estes que nem a Scotland Yard – mais um motivo de zombaria para Sherlock Holmes – é capaz de descobrir.
Difícil afirmar se o genial Sherlock Holmes superou ou não o também genial Auguste Dupin. Num possível duelo entre os dois quem sai vitorioso é o leitor.



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