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Instituto dos Estados Unidos desenvolve vacina experimental contra a malária.
(Jerson Aranha)

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Instituto dos Estados Unidos desenvolve vacina experimental contra a malária.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde estadunidense anunciaram esta semana que desenvolveram uma vacina experimental para a malária, depois de décadas de pesquisas e conhecimento acumulado sobre a doença.

Só para se ter noção, a malária mata meio bilhão de pessoas anualmente. Mais de um milhão delas são crianças, a maioria de origem africana. Segundo a OMS, na África, a epidemia mata uma criança a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.

Esta vacina atinge o parasita Plasmodium falciparum, dentro do estômago do mosquito transmissor, bloqueando o desenvolvimento do organismo e bloqueando a transmissão da doença.

Para tanto, os cientistas extraíram uma proteína presente apenas no parasita durante o tempo em que passa no estômago do mosquito e potencializada quando combinada a outras proteínas.

Quando administrada a camundongos, a superproteína criou anticorpos longevos, segundo o estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Tratamentos atuais

A forma mais severa da doença é causada pelo parasita Plasmodium falciparum que, uma vez na corrente sangüínea, viaja até o fígado, onde se multiplica. Novas formas do parasita são, então, liberadas no sangue, onde invadem os glóbulos vermelhos, acabando por destruí-los.

A quinina (ou o seu isómero quinidina), um medicamento antigamente extraído da casca da Cinchona, ainda é usada no tratamento da malária. No entanto, a maioria dos parasitas já é resistente ao seu efeito. Logo, ela foi suplantada por drogas sintéticas mais eficientes, como quinacrina, cloroquina, e primaquina. É frequente serem usados coquetéis de vários destes fármacos, pois há parasitas resistentes a qualquer um deles por si só. A resistência torna a cura difícil e cara.

Ultimamente a artemisinina, extraída de uma planta chinesa, tem dado resultados encorajadores. Todavia, as quantidades produzidas hoje são insuficientes. No futuro, a cultura da planta artemisina na África poderá reduzir substancialmente os custos. Este ainda é o único fármaco antimalárico para o qual ainda não existem casos descritos de resistência.

Dinheiro X Vidas

Segundo o último relatório em conjunto, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Unicef (Fundo da ONU para as Crianças), divulgado no último Dia Mundial da Malária, mais de 3 mil crianças africanas morrem por dia em decorrência da doença.

O estudo afirma que 90% das mortes são registradas na África subsaariana e que a maioria delas é de crianças com menos de cinco anos. A droga atualmente utilizada no combate à malária, a cloroquina, não é eficaz, mas é usada por ser a mais barata.

O tratamento atual foi criticado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que citaram o exemplo da Tanzânia, onde o número de mortalidade das crianças caiu em 20% quando elas passaram a dormir sob redes tratadas com inseticidas.

As ações governamentais denotam claramente uma preocupação maior das autoridades com economia de recursos do que com o compromisso de salvar vidas. Quase 2 milhões de pessoas morrem em função da malária por ano no continente africano, gerando um prejuízo de US$ 12 bilhões.

A melhor solução seria o tratamento à base de artesimina, recomendado pela OMS e muito mais potente e eficiente, ela é derivada da planta chinesa Artemisia annua e vem sendo usada contra a malária há mais de dez anos. A combinação da droga com a amodiaquina pode eliminar os sintomas da malária em três dias. Em KwaZulu Natal, na África do Sul, as mortes por malária em hospitais caíram 80% em função deste tratamento.

No entanto, o tratamento à base de artesimina custa US$ 1,50 por dose, em comparação com os US$ 0,50 de custo da cloroquina. O custo da mudança em toda África, ainda assim, giraria em torno de US$ 100 a 200 milhões.



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