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O ano em que meus pais saíram de férias
(Cao Hamburguer)

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Emocionante -
sem ser piegas - delicado e envolvente, essa é uma definição pessoal
para o filme “O ano em que meus pais saíram de férias”, do diretor Cao
Hamburguer.

Contada sob a
perspectiva de Mauro, um garoto de 12 anos apaixonado por futebol, a história
se passa em plena ditadura militar. Os pais do menino precisam fugir da
repressão e o deixam às pressas na casa do avô, judeu residente no bairro do
Bom Retiro.

Uma porta trancada é o
que espera pelo menino. Seu avô falecera naquele mesmo dia. Sem a família,
Mauro é acolhido pela comunidade judaica, em especial pelo velho, e
introspectivo, vizinho de seu parente falecido.

Como seu jogo de
futebol de botão, com peças esquecidas na casa antiga, a vida de Mauro estava
incompleta. Diante de uma nova realidade, com pessoas, costumes, hábitos
diferentes dos seus, ele se vê perdido. Não entende direito o motivo da partida
dos pais, ainda que eles dissessem terem saído de férias.

Segundo Cláudio,
roteirista do filme, o garoto retoma a idéia da imigração vivida pelo avô, na
Guerra Mundial. Tem que aprender a cuidar de si próprio, a entender novos
signos e a se adaptar a outras formas de compreensão da realidade que o
circunda.

A conquista dessa nova
terra não é fácil. Primeiro a adaptação aos hábitos judaicos, à alimentação e
aos humores de seu responsável – que, embora amoroso, aprendera a ser
solitário, não sabendo ao certo lidar com a energia de uma criança nessa idade.
Sem contar a resistência inicial dos colegas, caçoando da ausência de seus
pais.

Contudo, a delicada
inserção de Mauro no cotidiano do novo bairro é coroada com a descoberta de
novas sensações. Entre elas, a vagarosa descoberta da sexualidade, ao querer
ver as moças mais velhas trocando de roupa no provador, e a aproximação suave
da esperta Hana (um pouco amiga e namoradinha), da mesma idade que ele.

Já envolto na
atmosfera da vizinhança, o menino antes tímido pode assistir aos jogos com os
amigos na lanchonete, jogar futebol com a turma e, de certa forma, firmar seu
lugar no espaço. Metáfora clara quando ele decide sua futura profissão:
goleiro. Mauro ainda espera, mas Mauro agora também é; também conquistou
seu lugar no exílio. E está pronto para voltar.

---

Enfim, um filme de rara beleza e sensibilidade.
Recomendadíssimo.



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