O Embaixador
(Meister)
Sebastião José de Carvalho e Melo, enviado especial à corte austríaca e de quem o próprio rei dizia ter pêlos no coração, andava em deriva diplomática havia anos. De facto, a corte não o tinha em conta nem estima, pelo que a habilidosa sanção real o enviara primeiro a Londres, corte do truculento Jorge II e logo a Viena de Áustria, fim do Mundo civilizado e onde os turcos brandiam a espada de Dâmocles sobre a fronteira da cristandade.
Detestado por D. João V, e detestando o monarca em retorno, o embaixador e porvindo Marquês de Pombal, vivia no agouro de um luxo espúrio que o obrigava a vender as magníficas pratas inglesas para se poder alimentar.
Nesses tempos, Viena era o inferno da diplomacia portuguesa cujas chamas se haviam propalado, em 1641, com a prisão do Infante D. Duarte, irmão de D. João IV, por ordem do Imperador da Alemanha. Em retaliação à guerra da Independência, este aliado do rei de Espanha ordenara que o Príncipe de Portugal fosse encarcerado na fortaleza austríaca de Gratz e posteriormente vendido aos espanhóis que o agrilhoaram até à morte no Castelo de Milão.
O corte de relações durou até 1687, ano em que D. Pedro II, sobrinho daquele Infante Santo, casou com uma Princesa germânica, Sophia de Neuburg.
Nem dez anos duraria a panaceia: logo em 1696, surge o estranho envolvimento do embaixador de Portugal em Viena, o Marquês de Arronches, no assassinato a frio, por questões relacionadas com dívidas de jogo, do Conde de Hallweil, Camareiro do Imperador austríaco. Perseguido por este, o embaixador refugiou-se em Veneza de onde jamais regressou ao reino. (cont.)
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