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O Anti-semitismo como uma ofensa ao bom senso
(Hannah Arendt)

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Hannah Arendt faz uma exposição inicial a respeito do anti-semitismo por ser este um componente do surgimento do totalitarismo sem estudos adequados até o momento da publicação da sua obra. Ela busca esclarecer confusões conceituais de totalitarismo e o anti-semitismo. Propõe uma análise que se distancie do senso comum, livre de preconceitos. Acredita que é preciso compreender os fatos, o que não significa negar que estes sejam chocantes. No prefácio e também no primeiro capítulo a autora destaca a importância de um tratamento historiográfico imparcial. Revela a parcialidade dos historiadores no que se refere à questão judaica (tanto historiadores judeus quanto anti-semitas). Para tal faz uma diferenciação das etapas e transformações do “anti-semitismo” na história. Desde a ideologia sem conteúdo, passando pelo ódio religioso, chegando à expectativa de conspirações judaicas para dominação mundial. Modificações que em muitos momentos não foram levadas em consideração. Arendt ressalta a separação entre o anti-semitismo da Idade Média e da Modernidade. Aponta as circunstâncias históricas para o surgimento e crescimento do anti-semitismo e tenta demonstrar teorias simplistas. Principalmente as que colocam os judeus como vítimas na relação sem levar em conta sua parcela de responsabilidade. Hannah Arendt aponta fatores negligenciados como a “indiferença” judaica às condições e eventos do mundo exterior, quando o judaísmo tornou-se um sistema fechado sendo um dos motivos da fragilidade das relações entre gentios e judeus. A auto-interpretação judaica é um fator importante, eles passam a acreditar que possuem uma “natureza interior diferenciada”. Passaram a considerar que a origem da separação entre judeus e gentios estava além das discordâncias doutrinárias, seria étnica. O capítulo “O anti-semitismo como ofensa ao bom senso”, tem como ponto mais forte a afirmação de que não seria coerente pensar que a questão judaica sozinha fosse capaz de “colocar em movimento toda uma máquina infernal” (falando da questão judaica durante o regime nazista). Arendt afirma haver uma grande desconexão entre as causas e as conseqüências; que o anti-semitismo e “nacionalismo” nazista - ideologias utilizadas para conquistar as massas. A autora continua refutando teses muito populares a respeito do anti-semitismo, demonstrando os frágeis argumentos e os perigos de se seguir essas linhas de pensamento.



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