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Morte E Vida Severina
(Joao Cabral de Melo Neto)

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O poema é iniciado com a apresentação de Severino, o retirante: ?Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Paraíba. O autor deixa claro que não fala de um só Severino, mas de um grande grupo: os retirantes nordestinos, que têm todos a mesma sina, a morte e a vida severina: ?Somos muitos Severinos, iguais em tudo na vida?.
            No decorrer do poema Severino se põe a contar as durezas enfrentadas por esta gente: as jornadas para fugir da seca caatinga, onde não nasce nem planta brava, em busca de terra que lhe dê o que comer. Após a apresentação, Severino encontra dois homens carregando um defunto. Eles lhe contam que o defunto havia sido um retirante que conseguira um pedaço de terra e foi assassinado por alguém que a cobiçava. Alguém a quem não deram nome, indicando que, como este, existem muitos ?alguém? que matam por terras. Severino se oferece para ajudar a carregar o defunto, e seguem.
            Severino diz que tem medo de se perder pois o rio Capibaribe, o qual ele seguia, é ?tão pobre que nem sempre pode cumprir sua sina?, com o verão um pedaço do rio secou. Encontram uma casa onde cantavam em homenagem a um defunto.
            Cansado da viagem, na qual só encontrava a morte, Severino decide procurar trabalho ali mesmo onde parou. Vai até uma mulher que está na janela, e que não parece ser pobre, para pedir emprego. Esta lhe diz que as habilidades de retirante de nada servem ali: plantar, colher, lavrar, tratar de gado, cuidar de moenda, nada disso se pode fazer numa terra seca que não dá nada. Ela pergunta se Severino sabe rezar e encomendar defuntos porque, para isso há muita freguesia: ?Só os roçados da morte compensam aqui cultivar?.
            Severino volta a sua jornada e, chegando a Zona da Mata se encanta e pensa novamente em parar. Mas dá de cara com outro enterro e resolve apressar logo o passo, chegando a Recife. Lá ele pára e descansa, ouvindo a conversa de dois coveiros. Um reclamando que enterrar ricos é muito demorado, com muita pompa e etc; o outro reclama de enterrar pobres, porque a quantidade de defuntos é muito maior. E começam a discorrer sobre os bairros e seus diferentes defuntos: o dos lojistas e profissionais liberais, o dos ferroviários, etc, ao que um deles diz: ?jamais entenderei essa gente do Sertão que desce para o litoral, sem razão, fica vivendo no meio da lama, comendo os siris que apanha; pois bem: quando sua morte chega, temos de enterrá-los em terra seca. Na verdade seria muito mais rápido (...) que os sacudissem de qualquer ponte.?
            Severino pensa consigo mesmo que ao chegar a Recife não esperava riqueza, mas um pouquinho mais de água, farinha e algodão para sua roupa. Mal sabia que nesta viagem do Sertão a Recife estava seguindo seu próprio enterro. Nesse instante se aproxima um homem: Seu José, mestre carpina, e Severino lhe pergunta sobre a profundidade daquele trecho do rio Capibaribe, e explica que para o corpo de um homem não é preciso muita água.
            Exausto e infeliz com a sua caminhada, Severino questiona Seu José a respeito da vida que levam, esta vida retalhada, que precisa ser comprada duramente a cada dia. Seu José responde que mesmo comprada a prazo, ainda assim é vida. Nesse momento surge uma mulher anunciando o nascimento do filho de Seu José, e começam a chegar pessoas trazendo presentes ao recém-nascido.
            O poema é finalizado com uma resposta de José às lamentações de Severino. Ele fala que é difícil defender a vida apenas com palavras, mas a própria vida responde com sua presença (o nascimento da criança). A melhor resposta é a explosão da vida, ainda que seja uma vida severina.       



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